A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de anular todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato foi destaque nos principais jornais internacionais nesta segunda-feira (8).
As manchetes de diversas publicações ressaltaram principalmente o fato de o petista recuperar seus direitos políticos, os quais o deixam apto a disputar as próximas eleições.
O jornal italiano "Corriere della Sera" noticiou a anulação das sentencias e disse que o ex-presidente "agora pode se candidatar novamente". Na matéria, os italianos reforçam que a decisão não precisa ser ratificada, mas provavelmente o Ministério Público apresentará um recurso.
Já o "La Repubblica" afirma que, com a decisão, Lula pode se recandidatar em 2022, principalmente porque "aparecia à frente de todas as pesquisas [eleitorais] quando foi condenado pela Justiça Federal do Paraná em 2018, no âmbito da Operação Lava Jato".
O jornal americano "The New York Times", por sua vez, noticiou em seu site que Lula poderá voltar a tentar as eleições com a decisão tomada por Fachin. "A decisão de um juiz do Supremo Tribunal Federal prepara o terreno para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorrer contra o presidente Jair Bolsonaro na disputa presidencial do próximo ano".
A mesma informação foi reforçada pelo britânico The Guardian: "Lula tem condenações anuladas e está livre para desafiar Bolsonaro", diz.
Na reportagem, o jornal ainda cita uma declaração de um analista político brasileiro, dizendo que "a eleição começa hoje" e "é virtualmente impossível que Lula não seja candidato".
"Lula foi presidente da maior economia da América latina por dois mandatos, entre 2003 e 2011, tendo sido responsável por um período histórico de crescimento alimentado por commodities e redução da pobreza. O petista, hoje aos 75, esperava disputar [a eleição para] um terceiro mandato em 2018, mas ficou de fora após ser preso por acusações de corrupção", acrescenta o texto.
A publicação francesa Le Monde também destacou que a decisão "potencialmente o torna elegível para enfrentar Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2022", além de enfatizar que a medida provocou a queda da Bolsa brasileira.
O La Nación afirmou que "Bolsonaro vê com bons olhos reeditar a polarização com o PT", enquanto que os argentinos Clarín e La Nación destacaram a possibilidade de Lula concorrer à presidência da República.
Entre as mídias que destacaram a decisão de Fachin também estão o site da revista alemã "Spiegel", que diz que, apesar de "algumas reservas", uma candidatura para concorrer contra Bolsonaro parece ser possível novamente; e o espanhol "El País" que utilizou uma tarja com o anúncio "urgente" para publicar a notícia.