A juíza federal de Curitiba Carolina Lebbos, responsável pela execução penal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinou nesta quinta-feira que a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e o tesoureiro do partido, Emídio de Souza, não poderão mais visitar Lula na prisão na condição de seus advogados.
A decisão da magistrada atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF) de meados deste mês no qual os membros da força-tarefa da Lava Jato afirmaram que as visitas ao ex-presidente feitas por políticos que se inscreveram como advogados estão transformando a sede da Polícia Federal na capital paranaense em seu comitê de campanha.
Os procuradores pediram especificamente que Gleisi fosse impedida de visitar Lula na condição de sua advogada, sob argumento de que ela não pode, como parlamentar, continuar a advogar.
Inscritos como advogados de Lula, Gleisi e Emídio tinham acesso facilitado a ele na PF em Curitiba, onde o petista cumpre pena de 12 anos e 1 mês por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo.
Também inscrito como advogado de Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato a vice na chapa presidencial encabeçada pelo ex-presidente, não foi incluído no pedido dos promotores.
De acordo com a campanha de Lula, Gleisi rechaçou a decisão da juíza e afirmou que ela representa mais um episódio no que afirma ser uma perseguição ao petista.
"Nem a ditadura impediu advogados de visitar presos", disse a presidente do PT.
Lula, cuja candidatura presidencial foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto na eleição de outubro, mas deve ficar impedido de disputar pela Lei da Ficha Limpa. Haddad é o plano B do PT e assumirá a cabeça de chapa se confirmada a impugnação da candidatura de Lula.
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