A Justiça do Paraná determinou a realização de diligências adicionais na investigação da morte do militante petista e guarda municipal Marcelo Arruda. Ele foi morto pelo agente penal federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu. A determinação judicial atende a um pedido do Ministério Público, segundo informou a Secretaria de Segurança estadual nesta terça-feira, 19.
De acordo com a secretaria, o Ministério Público "solicitou diligências em cota ministerial", o que foi acatado pela Justiça.
"A Polícia Civil irá cumprir as diligências rapidamente. As perícias já tinham sido requisitadas pela autoridade policial à Polícia Científica, na semana passada. Por enquanto, sem previsão de conclusão", acrescentou a secretaria em nota.
Procurado, o Ministério Público do Paraná não respondeu de imediato a um pedido de informações.
A Polícia Civil do Paraná concluiu na semana passada o inquérito sobre o caso e descartou que o assassinato tenha sido um crime político ou um delito de ódio, o que foi criticado pelos advogados da família da vítima.
De acordo com a delegada Camila Cecconello, que comandou a força-tarefa policial responsável pela apuração do crime ocorrido em 10 de julho, não há elementos no inquérito que permitam qualificar o assassinato como crime político, embora ela tenha afirmado que depoimentos colhidos apontam que Guaranho foi ao local para provocar Arruda por causa de sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha como temas o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na quarta-feira, promotores de Justiça do Paraná irão apresentar em Foz do Iguaçu a denúncia que será feita contra Guaranho e esclarecer fatos relacionados à investigação. O policial penal, que segue internado após ter sido atingido por tiros de revide dados por Arruda foi indicado por homicídio qualificado, devido à motivação torpe, e por causar perigo a outras pessoas que estavam na festa no momento dos disparos.