A Justiça do Rio de Janeiro decidiu retomar nesta segunda-feira a investigação sobre o senador Flávio Bolsonaro por supostos crimes ligados à prática que ficou conhecida como rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), informou o Tribunal de Justiça fluminense.
O processo havia sido paralisado esse mês a pedido da desembargadora Suimei Cavelieri, mas nesta segunda-feira ela decidiu retomar a apuração.
"A investigação vai prosseguir", informou o TJ.
A investigação sobre Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, por crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro corre em segredo de justiça.
A desembargadora argumentou que com o avanço do coronavírus as sessões de julgamento estão suspensas até o fim do mês e, por isso, ela decidiu dar sequência ao processo.
A defesa de Flávio Bolsonaro afirmou que não iria se pronunciar por que o caso está em segredo de justiça, mas o advogado Frederick Wassef afirmou à Reuters que "causa estranheza como as decisões de processo vazam com frequência no Rio de Janeiro".
"É sempre em tempo real e isso prejudica meu cliente Flávio Bolsonaro. Há uma perseguição contra meu cliente no Rio de Janeiro ", afirmou ele.
O senador Flávio Bolsonaro passou a ser investigado depois que o extinto Coaf descobriu movimentação financeira atípica na conta do chefe de gabinete o ex-deputado fluminense, o ex-PM Fabrício Queiroz. Em um ano foram movimentados mais de 1 milhão de reais.
Ele é suspeito de recolher parte do salário de funcionários do gabinete de Flávio, quando era deputado estadual, e destinar os recursos ao parlamentar, prática que ficou conhecida como rachadinha. Outros deputados da Alerj também são alvos de investigações de rachadinha. Flávio e Fabrício negam irregularidades e crimes.