Justiça russa decreta prisão preventiva de 22 ativistas do Greenpeace

Bióloga brasileira Ana Paula Maciel foi transferida para um centro de detenção preventiva de Murmansk, e ainda aguarda decisão da justiça

27 set 2013 - 04h29
(atualizado às 06h35)

A Justiça da Rússia decretou nesta sexta-feira a prisão preventiva de 22 dos 30 ambientalistas do Greenpeace que foram detidos nas águas do Ártico quando tentavam escalar uma plataforma de petróleo para fazer um protesto, informou o tribunal da cidade de Murmansk.

Entre os ativistas condenados a dois meses de prisão preventiva como suspeitos por crime de pirataria estão cidadãos de Rússia, França, Turquia, Polônia, Suécia, Canadá, Nova Zelândia, Argentina, Reino Unido, Austrália, Estados Unidos e Itália.

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Os magistrados optaram por esta medida por entenderem que existe o risco de fuga dos ativistas estrangeiros e pela gravidade do crime do qual são suspeitos, enquanto no caso dos russos, justificaram a prisão preventiva pela ausência de uma residência permanente na região de Murmansk.

Além disso, o tribunal apontou para indícios de que o suposto crime foi cometido pelos ambientalistas em grupo e de acordo com um planejamento prévio, dois fatos considerados como agravantes pela legislação russa.

O tribunal também prorrogou para 72 horas a prisão do restante da tripulação do navio do Greenpeace "Arctic Sunrise", entre eles a bióloga brasileira Ana Paula Maciel.

No caso desses oito ativistas, a Justiça russa teve problemas para conseguir tradutores e esclarecer sua participação no ato de protesto, por isso o tribunal voltará a realizar outra audiência prévia no próximo domingo para determinar ou não a prisão preventiva deles.

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Após o protesto, o navio foi apreendido pela guarda de fronteiras russa e seus tripulantes detidos. A embarcação foi rebocada até o porto de Murmansk, e os ativistas foram trazidos para terra para comparecerem perante a justiça.

A Gazprom planeja começar a produção de petróleo nessa plataforma no primeiro trimestre de 2014, o que, segundo a ONG, aumentaria o risco de um vazamento de petróleo em uma área que contém três reservas naturais protegidas pela própria legislação russa.

Segundo o Greenpeace, os ativistas detidos na quinta-feira passada a bordo do "Arctic Sunrise" procedem de 19 países: Brasil, Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.

  
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