O presidente da Transpetro, subsidiária de logística e transportes da Petrobras, deixará em definitivo o cargo nesta semana, de acordo com informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo. Sergio Machado é apontado como envolvido em um esquema de corrupção que está sendo investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Machado se licenciou do cargo logo após a PricewaterhouseCoopers (PwC), empresa que audita o balanço da Petrobras, ter se recusado a assinar o documento caso o presidente da Transpetro permanecesse no cargo.
Em depoimento à Justiça Federal no Paraná, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator do esquema, disse que recebeu R$ 500 mil em dinheiro das mãos de Machado como parte do pagamento de propina envolvendo a petroleira. Até o momento, Sergio Machado é o único dirigente do atual comando da estatal e suas subsidiárias que teve o nome relacionado diretamente ao esquema de propinas.
A presidência da Transpetro deve continuar sob a influência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo o jornal, o comando da subsidiária entrou na cota de negociação da presidente Dilma Rousseff para garantir apoio no Congresso no segundo mandato. O governo decidiu manter o cargo nas mãos do grupo de Calheiros, que era padrinho político de Sergio Machado.
Empresas contratadas pela Transpetro financiaram a campanha do atual presidente do Senado em 2010. A SS Administração e Serviços e a Rio Maguari Serviços e Transporte Rodoviário doaram R$ 400 mil ao PMDB de Alagoas três meses antes de vencerem uma concorrência para construir 20 barcaças para transporte de etanol em São Paulo. Renan Calheiros defendeu a legalidade das doações a Transpetro.