A Polícia Federal do Paraná confirmou que a doleira Nelma Kodama, presa na carceragem da PF, onde negocia uma acordo de colaboração nas investigações da Operação Lava Jato, sofreu um acidente na tarde de segunda-feira e teve que ser levada de ambulância para uma Unidade de Pronto Atendimento para ser medicada.
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Segundo a PF, Nelma sofreu uma queda durante o banho de sol, batendo a cabeça em uma estrutura de ferro e abrindo um corte na testa. Ela foi atendida pelo Samu e levada até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas do bairro Boa Vista, para tomar vacina antitetânica, conforme a prescrição do médico que a atendeu. A doleira ficou cerca de meia hora fora da carceragem para ser atendida.
Condenada a 18 anos de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro, Nelma cumpria pena na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, mas, nas últimas semanas, foi transferida para a carceragem da PF porque sinalizou com a possibilidade de colaborar na investigação dos outros processos em que é ré - o que deixou claro em depoimento prestado na semana passada à CPI da Petrobras, na sede da Justiça Federal em Curitiba.
O depoimento foi marcado pela ironia da doleira, que cantou a música de Roberto Carlos “Amada Amante” para explicar seu relacionamento com Alberto Youssef, levantou-se e mostrou os bolsos de traz da calça (para dizer que não estava com dinheiro na calcinha quando foi presa no aeroporto de Guarulhos) e disse que o Brasil é movido a corrupção e que a atual crise econômica enfrentada pelo país deve-se ao fato de uma engrenagem da corrupção ter sido atingida pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Em sua primeira passagem pela carceragem da PF em Curitiba, há mais de um ano, Nelma ganhou a simpatia dos Policiais Federais ao salvar a vida de um agente que sofrera um ataque cardíaco em pleno serviço. No dia 8 de abril de 2014, ao ver um agente desmaiar na sua frente, Nelma fez massagem torácica e respiração boca a boca, em seguida, destrancou a cela de um médico que estava preso no mesmo local, que deu sequência ao atendimento, até que o policial fosse levado a um hospital.