O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, foi transferido hoje (2) à tarde para a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal. Zelada foi preso pela manhã, no Rio de Janeiro, durante a 15ª fase da Operação Lava Jato, denominada Operação Mônaco. Ele foi citado por delatores presos nas fases anteriores da operação.
A defesa do ex-diretor informou que amanhã (3) ou segunda-feira entrará com um pedido de habeas corpus para libertá-lo. O advogado Eduardo Moraes disse à Agência Brasil que o decreto de prisão preventiva de Zelada faz referências a documentos que ele não tem conhecimento e, por isso, precisa avaliar os autos do processo.
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“O decreto faz referência, por exemplo, a um relatório da Ouvidoria da Petrobras. Não tive acesso a ele. O juiz faz referência a alguns documentos que o escritório não teve acesso. Só poderemos entrar com o habeas corpus depois de ter acesso a toda documentação”, explicou.
O advogado afirmou que o acesso aos autos é um direito do preso. Segundo ele, a defesa tem de ter total acesso para poder rebater. "Com certeza, faz parte dos autos do inquérito policial este procedimento. É direito de defesa. O advogado tem de ter acesso integral.”
Eduardo de Moraes criticou a prisão preventiva de Zelada. Para o advogado, no curso de um processo ou de um inquérito, a prisão tem de ser decretada se houver necessidade. Destacou que esses casos são quando a pessoa em liberdade pode oferecer risco à sociedade, se negarr à aplicação da lei penal ou comprometer a instrução criminal. "Tem de ter um motivo para a pessoa ser presa. No caso do Jorge Zelada, não há motivo algum.”
O advogado acrescentou que Zelada foi preso em casa, depois do nome dele ser veiculado pela imprensa por três meses. “Mesmo assim, ele não alterou o dia a dia. Estava em casa. Foi preso em casa. Então, qual a necessidade de prender uma pessoa que responderá um processo sem oferecer risco à sociedade, à aplicação da lei penal?”
Moraes negou ainda que o cliente tenha contas no exterior. “Ele jamais foi citado ou intimado a prestar depoimento na Operação Lava Jato. Ele nega esta conta e sequer tinha conhecimento de que seria investigado. Então, porque iria movimentar uma conta no exterior se não era investigado?"
De acordo com a Polícia Federal, o foco das investigações é o recebimento de vantagens ilícitas no âmbito da Diretoria da Área Internacional da Petrobras. Hoje de manhã, a PF cumpriu no Rio de Janeiro um mandado de prisão na capital fluminense e mais quatro de busca e apreensão, sendo três no Rio e um em Niterói, na região metropolitana.
A PF informou que os investigados responderão pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.