A defesa de Ricardo Pessoa, um dos executivos presos na Operação Lava Jato, pediu nesta quarta-feira (21), à Justiça Federal acesso ao inquérito contra a empresa Odebrecht. Segundo os advogados de Pessoa, diretor da empreiteira UTC, a Odebrecht é investigada na operação e o acesso integral à investigação, que está em segredo de Justiça, é fundamental para que ele possa apresentar defesa nas duas ações penais abertas pelo juiz federal Sérgio Moro.
Na petição, os advogados Alberto Toron e Carla Domenico afirmam que Márcio Faria, empregado da Odebrecht, "é referido expressamente na denúncia como participante de um dos fatos com o requerente (Ricardo Pessoa), mas figura no polo passivo".
"Para poder se defender, o requerente precisa ter conhecimento da íntegra de procedimento conexo instaurado contra dito funcionário de conduta típica concorrente, pois a prova ali existente pode influenciar neste feito", argumenta a defesa.
Os advogados também pediram acesso aos depoimentos do ex-gerente da Petrobras Paulo Barusco, do policial federal Jayme Alves, réu em uma das ações penais, da ex-gerente da Diretoria da Abastecimento Venina Velosa da Fonseca, e às delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Abastecimento da estatal.
Ricardo Pessoa é réu em duas ações penais na Justiça Federal em Curitiba. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de coordenar o funcionamento do cartel entre as empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras.
Segundo depoimentos de delação premiada de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, diretor da Toyo Setal, as empreiteiras envolvidas no esquema participavam de um cartel para distribuir entre si os contratos com órgãos públicos, principalmente oriundos da estatal.