O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, foi recebido com aplausos por manifestantes anti-PT no evento de lançamento de um livro em São Paulo, nesta quinta-feira.
A chegada de Moro era aguardada com ansiedade pelas cerca de 50 pessoas que se aglomeraram em um pequeno espaço da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, e a entrada do juiz ocorreu sob coro de “fora PT” e "Justiça neles". A recepção de apoio a Moro, que também teve hino nacional, entrega de rosas brancas, faixas e cartazes, foi convocada por integrantes dos movimentos Vem pra Rua, Brasil Melhor e Acorda Brasil, que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Questionado por jornalistas, Moro afirmou que não se considera um herói e disse que o trabalho desenvolvido pela Justiça envolve outras pessoas. “Isso é bacana (o apoio da população), mas não é um trabalho só meu.”
Moro foi à livraria para participar do lançamento do livro “Bem-Vindo ao Inferno”, que conta a história de Vana Lopes, vítima do médico Roger Abdelmassih. A obra, de autoria do jornalista Claudio Tognolli, teve prefácio escrito por Moro. No evento, Moro se negou a falar sobre a Lava Jato. “Estou aqui para outro assunto”, disse.
Apoio
De acordo com os manifestantes anti-PT, o objetivo do ato era demonstrar apoio a Moro. "Ele não está sozinho. Tem muita gente que o admira e apoia. A gente sabe que ainda há um caminho longo, mas o Brasil já acordou", disse o professor Aelison Alcântara, 50 anos, do movimento Brasil Melhor.
Já a dentista Cristiane Polo, 50 anos, estava na expectativa de "agradecer" ao juiz. “Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer a ele pelo que tem feito. É um exemplo de coragem, de competência e transparência. Viemos dar nosso apoio e dizer que estamos com ele, que estamos contra tudo isso que está acontecendo”, disse ela, que integra o movimento Acorda Brasil.
"Vim vê-lo e mostrar meu apoio. É um juiz firme, competente e honesto, que está fazendo um ótimo trabalho", disse o estudante de direito Leandro Mohallem, 25 anos.