O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou, nesta quarta-feira (24), o habeas corpus aos dois executivos da Andrade Gutierrez, presos na 14ª fase da Operação Lava Jato.
Com tal decisão, o presidente da empreiteira, Otávio Marques Azevedo, e o diretor-executivo Elton Negrão de Azevedo Júnior, presos preventivamente na última sexta-feira (19), seguirão detidos na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba.
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A defesa de Otávio Azevedo fez o pedido de habeas corpus ainda na sexta-feira, argumentando que a Andrade Gutierrez tem corpo diretivo próprio, estando o seu cliente afastado nos últimos anos das questões referentes à construção civil.
Já os advogados de Elton Negrão argumentam que as atividades empresariais apontadas no decreto de prisão preventiva são de 2008, não se justificando a prisão preventiva por tratar-se de fato “antigo”. Alegam ainda que não foram descritas as condutas pelas quais Negrão estaria sendo detido.
No entanto, segundo o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, que responde pelos processos, não são só os depoimentos dos delatores que reforçam os indícios da participação de Otávio Marques de Azevedo e de Elton Negrão no esquema criminoso.
“Cabe referir que o fato de os presos serem presidente e diretor da Andrade Gutierrez é indiciário de que, ocupando cargo de tamanha importância, tivessem ciência dos fatos ilícitos que vinham ocorrendo na empresa”, afirmou o magistrado.
“Não só a proximidade dos conhecidos personagens, mas também a materialidade dos delitos estão devidamente destacadas na decisão do juiz Sérgio Moro”, ressaltou Gebran.