O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta sexta-feira (9) o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) como ministro da Fazenda de seu futuro governo.
Ministro da Educação durante quase sete anos, Haddad substituirá Paulo Guedes no Ministério da Economia, que deve ser desmembrado em três pastas, como era antes de Jair Bolsonaro: Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior.
Os ministros das outras duas ainda não foram anunciados, mas há especulações de que Lula possa escolher um nome de perfil técnico para o Planejamento para compensar as resistências do mercado financeiro a um político no comando da Fazenda.
"Tomei a decisão de escolher nosso companheiro Fernando Haddad como ministro da Fazenda. Ele tem a incumbência de começar a montar sua equipe e começar a apresentar resultados antes mesmo de tomar posse", disse o presidente eleito em coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, que abriga o gabinete de transição.
Advogado de formação, mestre em economia e professor de ciência política na Universidade de São Paulo (USP), Haddad tem 59 anos e ganhou projeção nacional ao assumir o Ministério da Educação em julho de 2005, ainda no primeiro governo Lula.
Políticas como o ProUni, a inauguração de universidades federais e a reformulação do Enem catapultaram Haddad para o cargo de prefeito de São Paulo em 2012, quando ele derrotou o ex-governador José Serra (PSDB).
No entanto, o petista teve sua gestão na prefeitura reprovada pela população paulistana, irritada sobretudo com a redução dos limites de velocidade nas avenidas, e foi derrotado em primeiro turno por João Doria (PSDB) em sua tentativa de reeleição, em 2016, no auge do antipetismo.
Em 2018 e 2022, Haddad perdeu, respectivamente, para Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas eleições para presidente e governador de São Paulo, mas sempre se manteve como um dos aliados mais fiéis de Lula.
Outros ministros
O presidente eleito também anunciou nesta sexta-feira os nomes de outros quatro futuros ministros: o ex-governador da Bahia Rui Costa (Casa Civil), do PT; o ex-ministro das Relações Institucionais José Múcio (Defesa), do PTB; o senador eleito e ex-governador do Maranhão Flávio Dino (Justiça), do PSB; e o embaixador Mauro Vieira (Relações Exteriores).
"Provavelmente depois da diplomação [em 12 de dezembro] vou anunciar mais alguns ministros", disse Lula, acrescentando que a equipe ministerial terá "mais mulheres do que homens e a participação de muitos companheiros afrodescendentes".