O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva criticou a gestão da saúde do governo federal diante da pandemia da covid-19 e afirmou que um presidente da República não é eleito para falar "bobagem".
Lula defendeu, em entrevista na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a vacinação contra o coronavírus e também criticou as iniciativas de flexibilização das regras para compra e porte de armas. As declarações contrastam com o posicionamento adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, que já desdenhou das vacinas -- e tem mudado o tom diante de pressão popular -- e insiste em medidas para ampliar o acesso a armas.
"Presidente da República não é eleito para falar bobagem ou espalhar fake news", disse Lula, acrescentando que também não é eleito para incentivar compra de armas, que devem ser destinadas às Forças Armadas e à polícia.
"A questão da vacina não é questão se tem dinheiro ou se não tem dinheiro, é questão se eu amo a vida ou se amo a morte. É questão de saber o papel do presidente da República no cuidado do seu povo", acrescentou, prestando solidariedade às vítimas do coronavírus.
Na segunda-feira, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações impostas a Lula pela 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da operação Lava Jato, medida que devolve ao petista seus direitos políticos e poderá, se mantida, embaralhar a sucessão presidencial de 2022.