O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou nesta segunda-feira (04/12) o presidente russo, Vladimir Putin, sobre o risco de viajar ao Brasil para as reuniões do G20, em novembro de 2024.
O Brasil assumiu a presidência do G20 na última sexta-feira e será o anfitrião da próxima cúpula do grupo, no Rio de Janeiro.
Lula disse que o Brasil convidará o líder russo para as reuniões. Mas ressaltou que "ele tem um processo" e "tem que aferir as consequências".
O brasileiro fez a afirmação durante uma coletiva de imprensa na chancelaria federal alemã, após ser questionado por jornalistas sobre o tema.
"O Putin vai ser convidado. Se ele vai ou não... Ele tem um processo, ele tem que aferir as consequências. Não sou eu que posso dizer. É uma decisão judicial, e um presidente da República não julga as decisões judiciais. Ele cumpre ou não cumpre", afirmou Lula.
"E se ele comparecer, ele sabe o que vai acontecer. Pode acontecer e não pode acontecer. Ele [a Rússia] não faz parte desse tribunal, os Estados Unidos também não. O Brasil é, o Brasil é signatário", disse.
Mandado de prisão do TPI
O chefe do governo russo é alvo de um mandado de prisão expedido em março deste ano pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o Brasil é membro.
O mandado de prisão do TPI já levou Putin a evitar o encontro de líderes do Brics deste ano em Joanesburgo, já que a África do Sul também é signatária do Estatuto de Roma - tratado de 1998 que sustenta o TPI.
Tanto na cúpula do Brics quanto na do G20, a Rússia foi representada pelo ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.
Lula já havia dito em 9 de setembro que Putin não corria risco de ser preso caso viajasse ao Brasil, mas dois dias depois recuou e disse que "se Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão de prendê-lo ou não é a Justiça".