O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a pé a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, e entrou em um carro descaracterizado da Polícia Federal, mais de 24 horas depois de expirar o prazo dado pelo juiz Sérgio Moro para que se entregasse às autoridades.
O petista tentou deixar mais cedo a sede do sindicato, mas foi impedido por militantes. A saída caminhando foi tumultuada, o ex-presidente acompanhado por seguranças, acabou sendo cercado por militantes, mas entrou em um dos carros do comboio descaracterizado que se dirigiu para a capital paulista.
O ex-presidente, segundo pessoas próximas, fez um pedido para não andar em um carro com o nome da Polícia Federal, no que foi atendido pela corporação.
Robson Alves, que trabalha no monitoramento da segurança do sindicato, viu quando Lula saiu a pé e entrou num carro. “Ele passou e entrou no carro. Tinham seguranças em volta dele”, disse.
O juiz Sérgio Moro dera prazo até 17h de sexta-feira para que se apresentasse à Polícia Federal, em Curitiba, para começar a cumprir pena de prisão.
O ex-presidente anunciou, em discurso a uma multidão de militantes, políticos e apoiadores, que havia decido cumprir o mandado do juiz federal Sérgio Moro, expedido na quinta-feira.
“Esse pescoço não baixa, eu vou de cabeça erguida e vou sair de peito estufado de lá e vou provar minha inocência”, disse Lula, em exaltado pronunciamento de 55 minutos do lado de for a do sindicato, no início da tarde.
Lula estava desde a noite de quinta-feira no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, acompanhado por familiares, militantes do PT, integrantes do sindicato, parlamentares e simpatizantes.
O petista recebeu pena de 12 anos e 1 mês de prisão por receber o imóvel como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras. Lula nega ser dono do tríplex, assim como quaisquer irregularidades.