O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento nesta quarta-feira (19) à Polícia Federal em uma investigação aberta a pedido do ministro da Justiça, Sergio Moro, baseada na Lei de Segurança Nacional, por supostas ofensas contra o presidente Jair Bolsonaro. O depoimento à PF foi revelado pelos deputados Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT, e Paulo Pimenta (PT-RS), que acompanharam Lula, após questionarem a atuação de Moro no caso.
De acordo com nota do Ministério da Justiça, o inquérito foi aberto "para investigar possível crime contra a honra do Presidente da República". A denúncia diz respeito ao discurso feito por Lula em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, no dia 9 de novembro do ano passado, um dia após deixar a Superintendência da PF em Curitiba. Na ocasião, o petista disse que Bolsonaro governava para milicianos.
Já no dia 23 do mesmo mês, Lula chamou o atual presidente de "miliciano" em um vídeo destinado a dois movimentos para convocá-los para lutar contra o governo.
Segundo a pasta, as declarações do ex-presidente por ter configurado os crimes previstos no artigo 138 do Código Penal e no artigo 26 da Lei de Segurança Nacional, relativos a crimes de calúnia e difamação. Ontem (19), Lula também prestou depoimento no processo decorrente das investigações da operação Zelotes, no qual é acusado de cometer corrupção passiva por supostamente ter beneficiado empresas automobilísticas com Medidas Provisórias em troca de propina.