Por Lisandra Paraguassu
RIO DE JANEIRO (Reuters) -Ao abrir a cúpula do G20 no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta segunda-feira que o grupo das 20 maiores economias do mundo tenha "coragem de agir" e defendeu a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza como o maior legado da presidência brasileira.
"Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade. Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Este será o nosso maior legado", disse o presidente no discurso de abertura da cúpula.
A Aliança, desenvolvida pelo Brasil no último ano, pretende unir países em desenvolvimento e países doadores, além de instituições internacionais, para desenvolver programas de combate à fome e à pobreza extrema.
A proposta chegou nesta semana a adesão de 82 países, divididos entre doadores e receptores, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais.
Brasil e Bangladesh foram os primeiros a aderir, seguidos dos demais membros do G20, incluindo a União Europeia e a União Africana.
"Estive na primeira reunião de líderes do G20, convocada em Washington no contexto da crise financeira de 2008. Dezesseis anos depois, constato com tristeza que o mundo está pior", disse Lula em seu discurso.
A fome, disse o presidente, não é fruto de escassez ou fenômenos naturais, mas de decisão política.
"Não se trata apenas de fazer justiça. Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz", afirmou.