O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que espera ser absolvido no julgamento desta quarta-feira do recurso contra a condenação no caso envolvendo um apartamento tríplex no Guarujá (SP), o que descreveu como a "única coisa certa e justa que poderia acontecer".
"A única decisão que eu espero que possa acontecer hoje é que eles, pelo fato de não ter crime cometido, que eles, por 3 a 0, digam que o juiz Moro errou ao dar a sentença", disse Lula na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
"Se vai acontecer ou não eu não sei, mas a única coisa certa e justa que poderia acontecer para o País seria isso", acrescentou.
A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF-4) julga recurso do ex-presidente contra a condenação a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro pelo suposto recebimento de um apartamento tríplex no Guarujá (SP) como propina da empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras.
Poucas horas depois das declarações de Lula, o relator do caso no TRF-4, desembargador João Pedro Gebran Neto, concluiu seu voto no qual manteve a condenação do petista, chamando Lula de "avalista e comandante" do sistema de corrupção da Petrobras. Além disso, Gebran Neto decidiu ampliar a pena de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado. Na primeira instância, o juiz Sérgio Moro condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão.
No sindicato, interrompido por aplausos e gritos da plateia algumas vezes enquanto discursava, Lula defendeu as conquistas de seu governo e da gestão de sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff. Para ele, as conquistas obtidas "incomodaram" a elite do País e aproveitou para criticar as reformas da Previdência e trabalhista, carros-chefes do governo de Michel Temer.
"Eu sei que é isso que está em julgamento. E é por isso que tenho tranquilidade, posso dizer para vocês sem nenhuma arrogância que as pessoas que me julgaram estão com a consciência menos tranquila do que a minha", afirmou o ex-presidente.
"Vamos aguardar para ver o que vai acontecer no País, porque a única coisa que eu tenho certeza é que só no dia que eu morrer que eu vou para de lutar", disse o presidente, antes da conclusão do voto do relator de seu recurso no TRF-4.
Outros dois desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 ainda votarão sobre o recurso de Lula
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