Lula se emociona ao citar a pobreza e a desigualdade no Brasil

Presidente fez segundo discurso no Parlatório

1 jan 2023 - 17h52
(atualizado às 18h04)

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez seu segundo discurso como mandatário neste domingo (1º), no Parlatório, e se emocionou ao falar sobre as desigualdades vividas atualmente no país.

Lula fez discurso ao povo no Parlatório
Lula fez discurso ao povo no Parlatório
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Dizendo que é um "crime" a fome estar de volta ao país, Lula afirmou que "não pode haver lugar para tantas desigualdades".

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"Enquanto as mulheres ficam no farol com cartazes dizendo 'me ajuda', as pessoas ficam na fila de ossos de carne, o Brasil tem fila para a compra de jatinhos", disse interrompendo a fala várias vezes. "É inadmissível que 5% desse país detenham a mesma renda de 95% dos demais", pontuou ainda.

Lula também afirmou que não vai governar só para quem o elegeu, "mas para todos os brasileiros".

"A ninguém interessa o país em permanente pé de guerra. É preciso unir os laços com amigos e familiares. Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, para estudar e ser feliz. A disputa eleitoral acabou", acrescentou.

Repetindo o discurso após a vitória de 30 de outubro, Lula disse que "não existem dois brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação". O petista também falou sobre as desigualdades de gênero e o racismo.

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"É inaceitável que continuemos a conviver com preconceito, discriminação e racismo. Somos um país de muitas cores e todos devem ser respeitados e ter as mesmas oportunidades. Por isso, estamos recriando o Ministério da Igualdade Racial para enterrar a trágica herança de nosso passado escravagista", ressaltou.

Já sobre os povos indígenas, voltou a ressaltar que eles "devem ser respeitados e que eles não são obstáculo ao conhecimento, mas são guardiões dos nossos rios e florestas".

Sobre as mulheres, disse ser "inaceitável" que elas recebam um salário menor que os homens para fazer as mesmas funções. "As mulheres devem ser o que quiserem ser, devem estar onde quiserem estar. Por isso, estamos trazendo de volta o ministério das mulheres", pontuou.

Lula ainda defendeu os investimentos em saúde, educação e na preservação do meio ambiente e disse que seus governos "nunca foram irresponsáveis com dinheiro público".

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O mandatário disse que os últimos anos não foram fáceis desde o "golpe contra a presidenta Dilma [Rousseff] em 2016" e "depois os quatro anos de um governo de destruição nacional que a história jamais perdoará".

"Foram 700 mil mortos da pandemia de Covid-19, 124 milhões em alguma situação de insegurança alimentar, 33 milhões de pessoas. Eles não são números, são pessoas, são homens, mulheres e crianças", destacou, ressaltando que o "pesadelo chegou ao fim".

Dizendo que é preciso fazer uma "frente ampla" com membros da política e da sociedade civil "para a reconstrução do país" porque "sempre disse que o Brasil tem jeito".

"Na luta pelo bem do Brasil, usaremos as armas que nossos adversários mais temem: a verdade, a justiça e o amor que derrotou o ódio. Viva o Brasil e viva o povo brasileiro", finalizou.

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Faixa presidencial

Com a ausência de Jair Bolsonaro, que viajou para os Estados Unidos, a faixa presidencial foi entregue para Lula por um grupo representando a sociedade civil.

A passagem formal foi realizada por uma mulher negra que atua como catadora de materiais recicláveis.

Subiram a rampa ainda: o cacique Raoní, representando os indígenas, uma criança negra, uma pessoa com deficiência física e pessoas de bairros periféricos do país. Também presente a cachorrinha Resistência, adotada por Janja Lula da Silva na época em que o agora marido, Lula, estava preso. .

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