O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Senado na próxima segunda-feira (29) para acompanhar o depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff no julgamento do impeachment.
"Conversamos com o presidente Lula e ele disse que estaria aqui na segunda-feira para acompanhar o depoimento da presidente Dilma e que, se fosse necessário, estaria à disposição para vir para Brasília no domingo", disse hoje (25) o líder do PT na Casa, senador Humberto Costa (PE).
Lula deve assistir ao depoimento de Dilma em algum gabinete, e não no plenário, onde Dilma falará aos senadores.
No domingo (28), Dilma terá um encontro com senadores que a apoiam para acertar os detalhes de seu pronunciamento no Senado. Segundo Costa, não se trata de um treinamento para as perguntas que Dilma terá que responder. O líder petista diz que a presidente afastada conhece melhor que ninguém os argumentos que deve usar e não precisa ser orientada. "Quanto mais a presidente se sentir à vontade em dizer o que pensa e o que sabe, será melhor", disse.
Catimba
Para o senador Romero Jucá (PMDB-RR), uma das principais lideranças do governo interino de Michel Temer, os senadores petistas têm adotado a estratégia de fazer um "jogo de catimba", uma forma de tentar protelar a decisão do Senado. Segundo Jucá, a estratégia pode fazer a presidente perder votos contrários ao impeachment. "Eu se fosse o PT votaria logo, porque a tendência é eles terem menos de 20 votos do que tiveram na pronúncia", calculou.
"Essa tática que o PT está usando é uma tática de quem trocou de marqueteiro. Agora o marqueteiro é uruguaio. Então é aquele marqueteiro que catimba, joga a bola para a torcida, briga, faz confusão para o jogo não terminar. Acho que esse jogo tem que terminar logo para o bem do povo brasileiro. Não adianta catimbar, o resultado já está previsto", disse Jucá, fazendo uma comparação entre a votação do impeachment e um jogo de futebol.
O peemedebista disse estar convicto que Dilma Rousseff será definitivamente cassada na próxima semana e não teme que alguns senadores voltem atrás na decisão de votar pelo impeachment. "Os senadores representam os estados e sabem o que pensa a população de cada estado brasileiro. Portanto, não vejo nenhuma surpresa, espero que tudo transcorra com tranquilidade, com responsabilidade, sem baixarias, sem agressões. E que a gente possa, no final, coroar o Senado da República com uma votação que demonstre que o Brasil vai viver um novo tempo."