Mais da metade dos 127,7 mil venezuelanos que entraram, de 2017 até junho de 2018, no Brasil pela fronteira de Pacaraima, em Roraima, já deixaram o País, informou nesta terça-feira, 17, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Em texto divulgado nas redes sociais, o ministro do governo Michel Temer detalhou números levantados pela Polícia Federal (PF) e compartilhados em reunião do Comitê Federal de Assistência Emergencial.
Segundo esses dados, dos 127,7 mil venezuelanos que entraram no País por Roraima, 68,9 mil deixaram o Brasil (53,97% do total), sendo que 47,8 mil saíram por fronteira terrestre e 21,1 mil pegaram voos internacionais. A fronteira com Pacaraima foi a mais usada pelos estrangeiros para retornar ao país de origem (66% dos 47,8 mil usaram esse caminho). Por via área, a maioria (58%) deixou o Brasil em voos que partiram do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo.
A Venezuela vive uma crise humanitária forçando a população a abandonar o país em busca de melhores condições de vida. A maioria dos imigrantes buscaram a Colômbia e dezenas de milhares também entraram no Brasil, com reflexos no cotidiano de Boa Vista, capital de Roraima. O ministério informou nesta terça que cerca de 4 mil venezuelanos estão em nove abrigos do Estado. É previsto para a próxima quinta-feira, 19, a abertura de um novo abrigo com capacidade para 500 pessoas.
Além desse acolhimento, 690 venezuelanos voluntários já foram levados para outras cidades do Brasil, como São Paulo, Manaus, Cuiabá, Rio, Igarassu (PE) e Conde (PB). Novas viagens estão previstas para a próxima semana, segundo a pasta, para Brasília, Cuiabá, Rio e São Paulo.
Residência
Segundo os dados da Polícia Federal, entre 2015 e junho de 2018, 56,7 mil venezuelanos procuraram a instituição para solicitar refúgio ou residência no Brasil. Durante o período, 35.540 pediram refúgio e 11,1 mil solicitaram residência.