Mancha inicial de óleo vazado no NE tinha 200 km de extensão, diz empresa que cooperou com PF

1 nov 2019 - 20h35

Relatório divulgado nesta sexta-feira pela empresa de tecnologia geoespecial HEX, que ajudou a Polícia Federal no inquérito que busca identificar a origem do óleo vazado que alcançou a costa brasileira, informa que a mancha inicial possuía uma extensão de 200 quilômetros na superfície, informou a companhia nesta sexta-feira.

Mancha de petróleo na praia de Sítio do Conde, na Bahia
12/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Mancha de petróleo na praia de Sítio do Conde, na Bahia 12/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

De acordo com Leonardo Barros, diretor executivo da HEX, a empresa processou a reconstituição das manchas localizadas, deparando-se, por fim, com a origem do óleo vazado, há cerca de 700 quilômetros da costa brasileira.

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"Sabíamos que era uma mancha que estava originada ali (por imagem de acervo). Duzentos km de extensão", disse Barros, acrescentando que a análise de imagens de satélite da agência espacial europeia e da Nasa permitiram estimar que o vazamento teve início entre os dias 28 de julho e 1º de agosto.

Barros, no entanto, ponderou não ser possível pontuar se o vazamento foi acidental ou criminoso.

"Em hipótese alguma, por meio das imagens de satélite que realizamos, é possível identificar se foi um acidente ou se foi algo proposital. Não existe possibilidade de fazer essa afirmação", pontuou em entrevista coletiva a jornalistas em Brasília.

Segundo Barros, a identificação do navio suspeito de ter vazado o petróleo que atingiu centenas de localidades no litoral da Região Nordeste aconteceu entre os dias 23 e 24 de outubro.

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De acordo com procuradores do Ministério Público Federal (MPF), a suspeita é que o navio de bandeira grega Bouboulina, da empresa Delta Tankers, tenha sido o responsável pelo vazamento de petróleo venezuelano que chegou às praias nordestinas. A Delta Tankers confirmou que a embarcação deixou a Venezuela em 19 de julho rumo a Melaka, na Malásia, mas disse que a embarcação descarregou toda sua carga no destino final. [nL2N27H129]

Para averiguar a origem da mancha e, posteriormente, localizar a embarcação suspeita, a HEX realizou o cruzamento de dados das imagens rastreadas com dados de embarcações (AIS).

"A partir do momento em que estabelecemos o polígono da mancha(... nós pegamos os dados AIS e verificamos se havia alguma rota, embarcação que intersectava o polígono daquela mancha naquele intervalo de tempo", disse Barros, acrescentando que parte da mancha localizava-se submersa.

De acordo com dados do Ibama, 296 localidades de 101 municípios dos 9 Estados do Nordeste registraram manchas de óleo desde que elas começaram a aparecer no litoral nordestino no início de setembro.

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(Edição de Eduardo Simões)

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