A suplente de um vereador da cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo, descobriu um suposto plano do marido para assassinar o vereador Emerson Camargo dos Santos (União Brasil), e contou ao parlamentar.
Jaqueline de Carvalho Barreto, conhecida como Professora Jaqueline (União Brasil), disse que o assassinato serviria para que ela assumisse o lugar na Câmara Municipal.
Ao descobrir sobre o plano, a mulher gravou um áudio (ouça abaixo) de uma conversa com o marido em que ele teria confessado o desejo de executar o vereador. Jaqueline, então, procurou Emerson e os dois registraram um boletim de ocorrência na delegacia.
Em nota enviada ao Terra, o vereador informou que a denúncia foi feita por Jaqueline a ele no dia 13 de maio. Os dois se encontraram na conveniência de um posto de combustíveis em Praia Grande, onde ela mostrou os áudios gravados incriminando o marido, além de fotos de armas que haviam sido entregues ao indivíduo que executaria o plano. As armas teriam sido fornecidas por um policial militar, amigo do suspeito.
O marido da suplente e o policial, um amigo, teriam contratado uma terceira pessoa, que executaria o plano, a quem entregariam a arma de fogo.
"De fato, o autor do plano pretendia cometer esse crime para que sua esposa ocupasse minha vaga como vereador. Ele mencionou em um áudio que ela receberia R$45 mil por mês, e havia um acordo entre Rafael Barreto [o marido da suplente] e o policial militar para que a esposa deste último assumisse o cargo de Chefe de Gabinete", relata Emerson.
O vereador ainda diz que o plano teria tido início há dois anos. "O plano iniciou no ano 2021, mas naquela época não tínhamos provas concretas. Meu chefe de gabinete, que é um policial militar aposentado, recebeu uma ligação de uma pessoa de São Vicente alertando-o para não se afastar de mim, pois estavam planejando me assassinar. Como não havia evidências sólidas naquele momento, não registrei nenhum Boletim de Ocorrência, mas reforcei minha segurança", diz.
Após a denúncia, o parlamentar diz que reforçou a própria segurança e teme pela família. "Aguardamos e confiamos no andamento das investigações, nesse momento, fortaleci ainda mais minha equipe de segurança, visando proteger não apenas a minha integridade, mas também a dos meus familiares. Não tem sido um período fácil para nós, mas acredito na justiça divina e terrena", finalizou.
Redes sociais
Nas redes sociais, o vereador publicou um vídeo no último sábado, 20, e escreveu a respeito da situação.
"Nos últimos dias, fui procurado pela minha suplente, que denunciou e apresentou gravações de que seu esposo estava planejando um atentado contra a minha vida, com o objetivo de que ela pudesse assumir o cargo de vereadora.
Minha própria suplente decidiu denunciar e registrar os fatos na Polícia Civil, onde também fiz um Boletim de Ocorrência sobre as ameaças, visando proteger minha integridade, minha família e toda a minha equipe.
Agradeço aos órgãos de segurança pública que estão empenhados na investigação dessa séria denúncia e que têm nos fornecido todo o apoio necessário em termos de segurança, especialmente a Polícia Civil, a Polícia Militar e a nossa Guarda Civil Municipal de Praia Grande".
A Polícia Civil informou, por meio de nota, que o caso é investigado por inquérito policial instaurado na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande. "Diligências estão sendo realizadas para esclarecer os fatos. Mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial", diz a nota.
Eleição
Emerson Camargo foi eleito vereador pela primeira vez em 2020 com 1.043 votos, sendo o 18º entre os candidatos eleitos. Já a Professora Jaqueline é suplente, tendo sido a segunda candidata mais votada do seu partido, o União Brasil, com 867 votos.
Emerson atuava no setor portuário antes de entrar para a vida política. Ele é casado e tem um filho.