Boletim divulgado por hospital informa que quadro de obstrução intestinal se desfez, mas ainda não há previsão de alta. Presidente foi internado após sentir desconforto abdominal.O médico Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo e sua equipe afirmaram na manhã desta terça-feira (04/01), que o quadro de obstrução intestinal do presidente Jair Bolsonaro foi resolvido e que, por enquanto, uma nova cirurgia foi descartada. Mas ainda não há previsão de alta.
"O quadro de suboclusão intestinal do Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, se desfez, não havendo indicação cirúrgica. A evolução do paciente clínica e laboratorialmente segue satisfatória e será iniciada hoje uma dieta líquida", diz um novo boletim médico divulgado pelo hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde o presidente está internado desde a madrugada de segunda.
No boletim anterior, da noite de terça, o hospital havia informado que Bolsonaro apresentou melhora clínica, após a passagem de uma sonda nasogástrica e não teve febre ou dor abdominal. "O paciente fez uma curta caminhada pelo corredor do hospital e permanece em tratamento clínico", disse a nota, também assinada pela equipe médica liderada por Macedo.
Macedo foi quem operou Bolsonaro após a facada que o presidente levou no abdome em setembro de 2018, durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais, e acompanha o presidente desde então.
No primeiro boletim médico divulgado, o hospital Vila Nova Star havia comunicado que o quadro de Bolsonaro era estável e confirmado que o presidente fora internado por "suboclusão intestinal", termo técnico para obstrução parcial do intestino.
A Secom afirmou que o presidente deu entrada no hospital para a realização de exames após sentir um desconforto abdominal.
No Twitter, o próprio Bolsonaro declarou que começou a passar mal após o almoço de domingo, durante suas férias em São Francisco do Sul, no litoral de Santa Catarina.
Cirurgias após facada
Desde setembro de 2018, Bolsonaro passou por seis cirurgias, quatro delas ligadas à facada.
Em 6 de setembro de 2018, dia da facada, médicos colocaram uma bolsa de colostomia em Bolsonaro.
Seis dias depois, em 12 de setembro de 2018, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de emergência para retirada de aderências que estavam obstruindo as paredes do intestino delgado.
Pouco mais de quatro meses depois, em 28 de janeiro de 2019, ele foi internado para a retirada da bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito do intestino.
Em 8 de setembro de 2019, Bolsonaro foi operado para correção de uma hérnia na região do abdome. Esta foi a última cirurgia devido a ferimentos causados pela facada.
Em 30 de janeiro e 25 de setembro de 2020, ele foi internado e operado, respectivamente, para fazer uma vasectomia e para retirada de cálculo na bexiga.
Problema pode ser persistente
Na última vez que foi hospitalizado, em julho do ano passado, o presidente ficou quatro dias internado no hospital Vila Nova Star para tratamento de uma obstrução intestinal.
Na época, os médicos cogitaram uma nova cirurgia, que foi descartada depois que o intestino do presidente voltou a funcionar normalmente. Macedo afirmou nesta segunda que o quadro de Bolsonaro era semelhante ao da última vez.
Segundo cirurgiões do aparelho digestivo ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo, o problema pode acompanhar Bolsonaro para o resto da vida. As obstruções são consequência de aderências (partes do intestino coladas) decorrentes das cirurgias após a facada.
lf/gb/as (ots)