Mercosul deve adotar 'medidas cabíveis' contra espionagem, diz Dilma

12 jul 2013 - 16h43
(atualizado às 18h05)
Dilma repudia espionagem de cidadãos e defende asilo político
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Em reunião da cúpula do Mercosul, a presidente Dilma Rousseff defendeu que o Mercosul deve adotar "medidas cabíveis" para evitar a repetição de casos de espionagem. "Mais que manifestações, temos que adotar medidas cabíveis", disse Dilma. 

De acordo com a presidente, a privacidade das comunicações dos cidadãos e das empresas devem ser preservadas. "Esse é o momento para demarcar um limite do Mercosul. O povo brasileiro e do Mercosul não transigem com sua soberania", disse.

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Denúncias publicadas na imprensa apontam que agências americanas de segurança monitoraram telefonemas e e-mails de brasileiros e demais latino-americanos. O governo brasileiro tem cobrado esclarecimentos dos Estados Unidos. 

Espionagem americana no Brasil

Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

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O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal tambéminstaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

Agência Brasil
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