Mídia internacional repercute escolha de CEO da Petrobras

Notícias sobre a petrolífera brasileira receberam destaque nos principais jornais do mundo nesta sexta-feira

6 fev 2015 - 18h55
(atualizado às 20h10)
Jornais internacionais dizem que troca de diretoria da Petrobras seria tentativa de recuperar confiança de investidores
Jornais internacionais dizem que troca de diretoria da Petrobras seria tentativa de recuperar confiança de investidores
Foto: BBC

Como vem acontecendo nos últimos dias e se repetiu com a renúncia de Graça Foster da presidência da Petrobras, as notícias sobre a petrolífera brasileira receberam destaque nos principais jornais do mundo hoje (6). Desta vez, com a confirmação do então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para assumir o comando da maior empresa brasileira, com mais de 85 mil funcionários, reconhecida mundialmente, e que, no momento, enfrenta uma crise com denúncias de corrupção contra ex-membros de sua direção.

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O jornal espanhol El País destaca que Bendine é descrito, pelos que o conhecem, como um técnico muito qualificado no mercado financeiro, que agora terá de mostrar “qualidades superlativas para dirigir as tormentas do mundo do petróleo e da Petrobras”. O El País pondera, no entanto, sobre o reflexo imediato da indicação de Bendine, com a queda nas ações da petrolífera em mais de 7% após o anúncio do nome do executivo pela imprensa. “O que pode ser uma qualidade para liderar um banco público é visto com cautela para assumir a Petrobras, uma vez que a influência do governo neste momento se mostra preocupante”, acrescenta o principal jornal de Madri.

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Na capa de sua edição online, o jornal britânico Financial Times colocou que “Ações da Petrobras caem após anúncio de Aldemir Bendine como novo presidente”. Segundo o jornal econômico, o mercado esperava que a presidenta repetisse o que fez ao chamar para o Ministério da Fazenda Joaquim Levy, alguém do setor privado, reconhecido pelo mercado financeiro. Para o Financial Times, um dos primeiros desafios de Bendine será conseguir um acordo com a empresa de auditoria externa, a Price Waterhouse Coopers, para eliminação das perdas com o escândalo de corrupção e a divulgação do resultado final auditado de 2014.

O jornal francês Le Monde destaca em sua capa: “Aldemir Bendine nomeado chefe da gigante petrolífera brasileira Petrobras”. O periódico aponta que a falta de experiência em petróleo do novo executivo e sua proximidade com o governo causaram reação negativa do mercado, e acrescenta também o anúncio de Ivan de Souza Monteiro - que foi vice-presidente de Relações com Investidores e de Gestão Financeira do Banco do Brasil, onde trabalhou com Bendine - como diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras.

O The New York Times observou que o novo presidente da Petrobras impulsionou, como presidente do Banco do Brasil, a agenda econômica do governo nos últimos anos, ao mesmo tempo em que também agradou acionistas privados, que viram as ações do banco subirem cerca de 90% em meio à crise financeira global. “Um equilíbrio complicado que será fundamental para a sua sobrevivência em um trabalho muito mais difícil”, ressaltou o jornal norte-americano.

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Agência Brasil
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