O Ministério da Saúde reduziu, pela terceira semana seguida, a previsão de entrega de vacinas contra a covid-19 para o mês de junho, dessa vez com a diminuição das entregas por parte do consórcio Covax em pouco menos de 2 milhões de doses.
A previsão é apresentada pelo ministério semanalmente. Em 19 de maio, contava-se com 52,2 milhões de vacinas. Esta semana, essa contabilidade está em 37,9 milhões.
Procurado, o ministério não respondeu imediatamente o porquê do atraso do consórcio, mas tem ocorrido atrasos nas entregas internacionais, seja de vacinas prontas, seja de insumos para CoronaVac ou AstraZeneca, vindos da China para a vacina ser envasada no Brasil.
A contabilidade do ministério desta semana não considera, ainda, 3 milhões de vacinas da Janssen que, de acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, devem chegar ainda neste mês.
Em depoimento à CPI da Covid na terça-feira, o ministro confirmou que o ministério espera uma autorização do FDA, o órgão de vigilância norte-americano, e que disso depende ou não o Brasil aceitar as doses. Isso porque as vacinas têm prazo de validade no dia 27 deste mês.
"Quando o FDA der o posicionamento, aí a vacina pode vir. Naturalmente que se tardar esse posicionamento do FDA essas 3 milhões de doses podem não ser mais úteis para nós por conta da exiguidade do prazo", disse o ministro.
O ministério já negocia a distribuição com os Estados. Se vier, a vacina da Janssen deve ser entregue apenas para capitais para que possa ser colocada em uso imediatamente. Por ser apenas uma dose, ela não precisa ter garantia para uma segunda aplicação.
O ministério afirma que o Programa Nacional de Imunização tem capacidade de aplicar 1,5 milhão de vacinas por dia, o que permitiria a aplicação de toda vacina em dois dias, se tudo der certo.