Ministro se diz surpreso com espionagem americana sobre o Brasil

8 jul 2013 - 20h28
(atualizado às 20h35)

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, declarou nesta segunda-feira, na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), ter ficado surpreso ao saber da inclusão do Brasil na lista de espionagem do serviço secreto americano. "A gente sempre fica, porque é uma coisa que não dá para imaginar." Raupp admitiu que o fato ainda é mais perigoso uma vez que o foco da espionagem seria Brasília, "talvez por razões políticas".

Raupp preferiu, porém, não emitir opinião, uma vez que não conhecia os detalhes da operação. "Mas, de qualquer maneira, surpreende negativamente", reiterou. O ministro não quis comentar a possibilidade de envolvimento, no caso, de empresas de tecnologia americanas instaladas no Brasil.

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"Essa avaliação tem que ser feita pelos responsáveis pela política externa", disse, referindo-se ao Ministério das Relações Exteriores. Caberá ao governo tomar a decisão como um todo, disse. "Não é o momento de eu falar ainda", completou. Lembrou que a internet que funciona no Brasil é internacionalizada. "Nós temos empresas internacionais que operam aqui, como Google, Facebook. Então, isso preocupa."

O ministro sugeriu, entretanto, que é preciso investigar primeiro antes de tomar qualquer decisão. "Não vamos ver o demônio antes de entender direitinho o que está acontecendo", ressaltou. Raupp afiançou que o governo, no entanto, pretende procurar essas empresas e conversar com elas. "Esta é uma função do ministro das Comunicações."

Embora ainda não tenha conversado com o ministro da pasta, Paulo Bernardo, Raupp disse que já está acertado que farão uma ação comum nesse episódio. "Nós já estamos fazendo coisas, só que não está na hora ainda de explicitar."

O objetivo é garantir mais segurança às informações. Uma opção para alcançar esse propósito, segundo Raupp, seria a criação de centros de dados nacionais, responsáveis pelo armazenamento de informações, que poderiam oferecer mais controle e proteção às informações, e que seriam administrados pelo governo.

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Ele não descartou totalmente que esses centros de processamento de dados possam vir a ser financiados com recursos do governo federal. "Isso a gente tem que avaliar."

A presidente Dilma Rousseff manifestou nnesta segunda-feira o desejo de que, por meio do Marco Civil da Internet, dados de brasileiros sejam armazenados no País - ao contrário da prática de gigantes da internet, como o Google.

"Vamos dar uma revisada porque uma das questões que devemos observar é onde se armazenam os dados. Porque muitas vezes os dados são armazenado fora do Brasil, principalmente o do Google. Queremos obrigatoriedade de armazenamentos de dados de brasileiros no Brasil. E fazer revisão para ver o que pode garantir melhor a privacidade", afirmou a presidente a jornalistas.

Agência Brasil
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