Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte do Rio, foram xingados e ofendidos na noite passada por um grupo de moradores perto do contêiner que serve de base para a UPP. Os manifestantes também atearem fogo em lixeiras e bloquearem a Rua Armando de Albuquerque, próximo à Rua Barão do Bom Retiro, por quase 30 minutos.
De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), por volta das 21h de ontem, houve um princípio de tumulto na Rua Armando de Albuquerque. Os policiais da UPP foram xingados por um grupo de pessoas e alguns jovens começaram a atirar pedras nos policiais. Uma equipe do Batalhão de Policiamento de Choque que estava na Rua Barão do Bom Retiro, um dos principais acessos ao Morro dos Macacos, subiu o morro e interviu para afastar o grupo.
Bombas de efeito moral foram utilizadas para dispersar os manifestantes. Por medida de segurança, o comércio da região fechou as portas mais cedo. O policiamento segue reforçado hoje com agentes de outras UPPs da região. O clima é de aparente tranquilidade.
Estado de menino baleado ainda é grave
O tumulto ocorrido pelo segundo dia consecutivo, foi por causa do menino Vitor Gomes Bento, de oito anos, baleado durante troca de tiros, ocorrida no dia anterior entre policiais da UPP e criminosos, em dois pontos diferentes do morro. Vitor, que retornava da escola, foi atingido por um tiro na cabeça.
O Hospital Federal dos Servidores do Estado informou hoje que o menino foi transferido para o Centro de Tratamento Intensivo Pediátrico da unidade. Seu estado de saúde é considerado grave, porém estável, e não há previsão de alta. Vitor Bento foi levado às pressas por moradores para o Hospital Federal do Andaraí. Ele foi operado por cerca de quatro horas e meia e, ontem à tarde, foi transferido para outra unidade de saúde.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, as quatro escolas da rede pública de ensino e duas creches da prefeitura estão funcionando hoje, mas com baixa frequência. Ontem, apesar de abertas, as unidades não receberam alunos, porque, por receio, as mães evitaram levar seus filhos às escolas.