"Lava Jato é o Plano Real do combate à corrupção", diz Moro

27 nov 2017 - 14h25
(atualizado às 14h39)

O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, comparou a operação nesta segunda-feira a uma espécie de Plano Real do combate à corrupção e defendeu o fim do foro privilegiado, inclusive para juízes.

Ao defender o fim do foro privilegiado como forma de combater a impunidade, Moro afirmou que abriria mão dessa prerrogativa por ser juiz.

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Foto: Reuters

"A meu ver o que precisávamos era exatamente isso, uma espécie de Plano Real contra a corrupção", disse Moro a jornalistas após participar de evento promovido pela revista Veja.

"Eu utilizei essa expressão Plano Real porque é vista por gente de todos os espectros políticos como sendo um plano bem-sucedido de enfrentamento à hiperinflação."

Durante a entrevista que concedeu durante o evento, Moro afirmou ter sido alvo de "ataques sujos" durante a condução dos casos da operação e atribui isto ao fato de a Lava Jato envolver pessoas ligadas à política.

"Um lado negativo que eu realmente não esperava foram alguns ataques sujos, por conta desses casos envolverem pessoas da política", disse Moro durante evento promovido pela revista Veja em São Paulo.

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Moro classificou de "diversionismo" os ataques de que é alvo e afirmou que não altera a sua conduta por causa das críticas que recebe.

O magistrado se esquivou de comentar sobre se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será preso, limitando-se a afirmar que o caso em que condenou Lula tramita agora na segunda instância, junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.

Moro defendeu a necessidade de reformas estruturais para ajudar a combater a corrupção, mas apontou uma falta de disposição da classe política em realizar essas mudanças.

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