Moro diz que "no mundo real" não há crise no governo

19 fev 2019 - 18h16

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta terça-feira, ao entregar seu pacote anticrime ao Congresso Nacional, que "no mundo real" não há crise no governo e que a nova gestão trabalha para apresentar novas medidas, um dia após a primeira demissão no alto escalão ministerial.

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro
19/02/2019
REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro 19/02/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Em consonância com a tentativa do governo de transparecer normalidade, Moro afirmou que tanto o seu pacote --com propostas legislativas para combater o crime de corrupção, o crime organizado e crimes violentos-- quanto a reforma da Previdência são exemplos da ausência de crise.

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"No mundo real não existe nenhuma crise dentro do governo. O governo está apresentando projetos", afirmou o ministro.

"Hoje é um projeto consistente, amanhã vai ser apresentado o projeto da Nova Previdência, absolutamente consistente", disse Moro a jornalistas, após audiência com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para apresentar o pacote, encontro que contou também com a presença dos ministros Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).

"Viemos aqui vários ministros... para demonstrar coesão do governo em relação a esse projeto. O mesmo pode ser dito em relação, amanhã, ao projeto da nova Previdência."

A mais recente crise atingiu Gustavo Bebianno, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência, ocupando um gabinete no Palácio do Planalto, exonerado na segunda-feira após turbulência que se arrastou por uma semana.

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Protagonista do episódio, Bebianno é alvo de denúncias de uso de candidaturas-laranjas em Estados para desvio de recursos eleitorais enquanto presidia o PSL.

Mas a confusão ganhou escala mesmo quando o hoje ex-ministro foi chamado de mentiroso pelo filho do presidente, o vereador fluminense Carlos Bolsonaro (PSC), após Bebianno ter dito que havia conversado com o presidente em meio às denúncias sobre irregularidades nas candidaturas.

Primeira baixa no alto escalão do governo, Bebianno foi convidado por uma comissão do Senado, por 6 votos a 5, para explicar as denúncias.

Em entrevistas e nota oficial, Bebianno negou irregularidade e disse que cabe aos diretórios estaduais responderem pelas acusações.

Para o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), o atual governo já enfrentava crises mesmo antes de tomar posse.

"Não há crise no governo, não. O governo é a crise real", afirmou o deputado.

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