MP junto ao TCU pede afastamento de Ricardo Salles

O pedido de afastamento se deve a acusação da PF de que Salles atuou em favor de madeireiros suspeitos de extração ilegal de madeira

16 abr 2021 - 21h44
(atualizado às 22h01)

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu o afastamento temporário do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sob acusação de "ingerência indevida" após a Polícia Federal ter dito que ele atuou em favor de madeireiros alvos de uma operação que realizou uma apreensão recorde de madeira ilegal em dezembro passado.

A acusação feita pela PF contra Salles, sob responsabilidade do delegado Alexandre Saraiva, foi remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF) e se deu em meio à troca, anunciada na quinta-feira pela direção da polícia, do superintendente da corporação no Amazonas, Alexandre Saraiva, responsável pela investigação, do cargo.

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Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em Brasília
22/10/2020 REUTERS/Adriano Machado
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em Brasília 22/10/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ministro foi acusado de obstruir uma apuração de apreensão recorde de madeira ilegal na região amazônica, de favorecer madeireiros e ainda de integrar uma organização criminosa envolvida num esquema de receptação e crimes ambientais. Salles só pode ser investigado criminalmente perante o Supremo.

Para o subprocurador-geral do TCU Lucas Furtado, a atuação de Salles merece a devida atenção do TCU.

"A atuação do ministro do Meio Ambiente, na sequência dos acontecimentos, revela um total descolamento das atribuições do cargo que exerce, que deveria se pautar pela defesa do meio ambiente e pela fiscalização de atividades ilegais que resultam em dano ao patrimônio ambiental brasileiro", disse.

"Ao contrário do que se esperava da atuação do ministro, ele vem atuando, segundo narrado na notícia crime, em defesa dos interesses dos madeireiros que realizaram as extrações ilegais e criminosas", completou.

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À Reuters, Salles disse que não fez nada para impedir a operação. Para o ministro, o delegado da PF fez um "último ato midiático" sem "nenhum fundamento", quando já sabia que deixaria a Superintendência da PF no Amazonas, antes de ser comunicado oficialmente.

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