Muçulmanos querem usar Copa para 'desmistificar' islamismo no Brasil

9 jun 2014 - 12h11

Chegaram neste domingo ao Brasil duas das seis seleções de países que vão participar da Copa do Mundo e têm parte da população muçulmana.

Enquanto Camarões e Argélia seguiram para Vitória (ES) e Sorocaba (SP), Bósnia, Irã e Costa do Marfim já estão hospedados no Guarujá (SP), em Guarulhos (SP) e em Águas de Lindóia (SP), respectivamente. Já a Nigéria chega na terça-feira a Campinas.

Para associações muçulmanas no país, a vinda desses times e de seus torcedores é considerada uma oportunidade ideal para divulgar o islamismo no Brasil.

E como parte de um dos projetos da Fambras (Federação das Associações Muçulmanas do Brasil), equipes estão distribuindo Corões e livros sobre a religião em cidades que estão hospedando seleções, especialmente as "muçulmanas".

"A finalidade desse projeto é desmistificar a visão negativa sobre o islamismo", disse Ali Zoghbi, vice-presidente da Fambras.

O Brasil tem atualmente mais de 100 mesquitas e centros islâmicos. O número de muçulmanos no país, entretanto, não é preciso. Segundo o censo do IBGE de 2010, há 35 mil, embora associações islâmicas estimem que esse número seja superior a 300 mil.

'Para que lado está Meca?'

Se um lado do projeto (chamado Salam Brasil - Copa 2014) mostra a cultura islâmica aos brasileiros, por outro, ele traz ações para ajudar jogadores e torcedores muçulmanos que chegam ao país para a Copa.

Para os jogadores, por exemplo, serão distribuídos kits com tapetes de orações, Corões e bússolas para mostrar a direção de Meca, para onde os muçulmanos rezam.

Outra iniciativa é a Salam Line - um serviço telefônico gratuito em árabe e inglês. Segundos as atendentes, entre as dúvidas mais comuns estão a direção de Meca, se há mesquitas nas redondezas ou sobre locais onde se pode comer alimentos halal, ou seja, que são permitidos pela religião.

Além da linha telefônica, a associação lançou um guia sobre as cidades-sedes e informações sobre locais islâmicos em cada uma delas. Entre os dados, por exemplo, estão os horários das cinco orações diárias que todo muçulmano deve fazer. Eles variam de cidade para cidade, já que dependem da hora em que o sol nasce e se põe. Os mesmo dados também estão disponível em um aplicativo para smartphones.

A associação também auxiliou hotéis que vão receber seleções com jogadores islâmicos. Um deles foi um hotel em Sorocaba, cuja cozinha foi adaptada para seguir os preceitos islâmicos.

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