A mulher do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, Andrea Haas, encontrou-se no último sábado (20) com o ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, e pediu que a decisão do governo italiano de extraditar seu marido seja revogada.
O encontro aconteceu durante a festa do Partido Democrata italiano na pequena cidade de Sassuolo, a 20 quilômetros de Modena, onde Pizzolato está preso aguardando a decisão final sobre sua extradição.
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Fotos de decapitados
Carregando um dossiê sobre as condições das prisões brasileiras, Andrea mostrou ao ministro italiano farta documentação fotográfica de presos decapitados durante rebeliões nos presídios de Pedrinhas (MA) e Cascavel (PR).
“Perguntamos ao ministro o porquê dele ter autorizado a extradição de Henrique ao Brasil, um país reconhecido por organismos internacionais e brasileiros [por ter] presídios (...) endemicamente caracterizadas pela tortura e a violação dos Direitos Humanos”, disse Andrea, em entrevista ao jornal Gazzetta di Modena.
A esposa de Pizzolato também mostrou ao ministro italiano um manifesto no qual afirma que seu marido é inocente e que, se for extraditado, teria de cumprir pena no “presídio da Papuda, um dos mais violentos e degradantes do Brasil”.
As condições das prisões brasileiras têm sido o principal argumento da defesa de Pizzolato ao longo do processo de extradição, que se arrasta desde fevereiro de 2014, quando o ex-diretor do BB foi detido na casa de um sobrinho, em Maranello.
Corte Europeia de Direitos Humanos
Nesta terça-feira (23), o Conselho de Estado italiano deve julgar a liminar impetrada pela defesa de Henrique Pizzolato no início deste mês, quando o Tribunal Administrativo Regional do Lácio, instância administrativa da Justiça italiana, confirmou a decisão do Ministério da Justiça de extraditar o ex-diretor de marketing BB.
Se a decisão não for favorável a Pizzolato, seus advogados já disseram que pretendem voltar à Corte Europeia de Direitos Humanos para tentar reverter o caso.
No último dia 27 de março, Pizzolato entrou com uma petição contra a Itália na Corte Europeia de Direitos Humanos, que ainda deve ser analisada pelo Tribunal. Na mesma petição, os advogados do ex-diretor do BB pediam que a Corte, seguindo o artigo 39 para medidas provisórias, que indicasse ao Governo italiano de suspender a extradição de Pizzolato, o que foi rejeitado pelos juízes no dia 28 de abril, por ainda não terem sido esgotadas as instâncias da Justiça da Itália.
Henrique Pizzolato, que possui nacionalidade italiana, foi condenado no processo do mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Para evitar a cadeia, ele fugiu para a Itália em 2013 usando o passaporte de um irmão morto.