Mundo espera que G20 no Rio faça avanços nas negociações climáticas

17 nov 2024 - 13h12
(atualizado às 13h15)

As tensões diplomáticas sobre o aquecimento global terão um papel central na cúpula do G20 no Brasil esta semana, já que as negociações da ONU no Azerbaijão chegaram a um impasse sobre financiamento climático que os negociadores esperam que os líderes das 20 maiores economias do mundo consigam resolver.

Os chefes de Estado que chegam ao Rio de Janeiro neste domingo para a cúpula do G20 passarão os próximos dois dias discutindo questões como pobreza, fome e a reforma das instituições globais. No entanto, as negociações climáticas da ONU, que estão em andamento, têm colocado em evidência os esforços dessas economias no combate ao aquecimento global.

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Enquanto a cúpula da COP29 em Baku, no Azerbaijão, tem a tarefa de chegar a uma meta para mobilizar centenas de bilhões de dólares para o clima, líderes das 20 maiores economias, a meio mundo de distância, no Rio, estão com o talão de cheque.

Os países do G20 representam 85% da economia mundial e são os maiores contribuidores de bancos multilaterais de desenvolvimento, que ajudam a direcionar o financiamento climático. Eles também são responsáveis por mais de três quartos das emissões mundiais de gases do efeito estufa.

"Todos os países precisam fazer sua parte. Mas o G20 precisa liderar", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, à COP29 na semana passada. "Eles são os maiores emissores, com as maiores capacidades e responsabilidades."

Chegar a um acordo como esse pode se tornar mais difícil com o retorno ao poder do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que estaria se preparando para retirar novamente os Estados Unidos do Acordo de Paris.

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O chefe do clima da ONU, Simon Stiell, escreveu uma carta aos líderes do G20 no último sábado implorando para que eles tomem medidas sobre o financiamento climático, incluindo aumentar subsídios para países em desenvolvimento e avançar reformas de bancos multilaterais de desenvolvimento.

No entanto, as mesmas brigas que têm atormentado a COP29 desde o seu começo, na semana passada, estão respingando nas negociações do G20, segundo diplomatas próximos às negociações no Rio.

A COP29 precisa estabelecer um novo objetivo para o volume de financiamento que deve ser direcionado por países desenvolvidos, bancos multilaterais e o setor privado para os países em desenvolvimento. Economistas disseram à cúpula que esse valor deveria ser de pelo menos 1 trilhão de dólares.

Os países ricos, especialmente na Europa, têm dito que uma meta ambiciosa só pode ser acordada se a base de contribuidores for expandida para incluir algumas nações em desenvolvimento mais ricas, como a China e os grandes produtores de petróleo do Oriente Médio.

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No sábado, as discussões de uma declaração conjunta do G20 no Rio esbarraram na mesma questão, com países europeus pressionando para que mais nações contribuam e países em desenvolvimento, como o Brasil, resistindo, disseram à Reuters diplomatas próximos às negociações.

O sucesso não apenas da COP29, mas também da próxima cúpula climática da ONU, a COP30, que será sediada no Brasil no próximo ano, depende de um avanço nas discussões sobre financiamento climático.

Um ponto central da estratégia do Brasil para a COP30 é a "Missão 1.5", um esforço para manter viva a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius. A ONU estima que as metas nacionais atuais fariam com que as temperaturas aumentassem em pelo menos 2,6 graus Celsius.

Os países em desenvolvimento argumentam que só podem aumentar suas metas de redução de emissões se os países ricos, os principais responsáveis pelas mudanças climáticas, pagarem a conta.

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"É tecnicamente possível cumprir a meta de 1,5 grau Celsius, mas apenas se houver uma imensa mobilização, liderada pelo G20, para cortar todas as emissões de gases do efeito estufa", disse na semana passada o primeiro-ministro das Bahamas, Philip Davis, na COP29.

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