O corregedor-geral da União (CGU), Jorge Hage, negou-se hoje, durante audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, a responder a perguntas sobre denúncias de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) pela Petrobras. "Repetirei tantas quantas vezes a imprensa me pergunte: eu devo tratar (do assunto), mas aqui eu vim tratar sobre organizações não governamentais", disse o ministro, em resposta a uma pergunta do líder do DEM, Mendonça Filho (PE), sobre a questão. O deputado questionou a demora da CGU em investigar o caso.
De acordo com o Regimento da Câmara, um ministro, quando convocado, pode se ater ao objeto da convocação. No caso em questão, a audiência tratava de convênios entre organizações sem fins lucrativos e o Ministério do Trabalho e Emprego. "Volto a dizer que me atenho às regras do regimento, e ninguém colocará palavras na minha boca para dizer que não falei sobre isto e aquilo. Falarei para a imprensa, não tenho nenhum problema para falar sobre a Petrobras, no que concerne às minhas funções", completou Hage.
A resposta gerou um princípio de bate-boca na comissão. Mendonça Filho (DEM-PE) reagiu dizendo que o ministro estava "se recusando" a responder à pergunta. Após intervenção da presidência da comissão, a audiência continuou com a exposição do ministro a respeito de ações tomadas pelo governo federal para combater irregularidades em repasses federais a ONGs.
Também participaram da audiência os ministros Manoel Dias, do Trabalho e Emprego, e Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República.