Não existe política sem Congresso e qualquer governo tem que buscar apoio entre os diferentes, diz Haddad

31 ago 2018 - 15h00

Candidato a vice e provável substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chapa petista à Presidência, Fernando Haddad defendeu nesta sexta-feira que não existe política sem o Congresso Nacional e qualquer governo precisa constituir uma maioria e conversar com os diferentes para buscar apoio.

Fernando Haddad durante evento em Brasília
 14/8/2018    REUTERS/Adriano Machado
Fernando Haddad durante evento em Brasília 14/8/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

Em entrevista ao site do jornal O Povo, em Fortaleza, Haddad foi perguntado sobre o fato de vários candidatos no Nordeste que concorrem por partidos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff hoje defenderem a candidatura de Lula à Presidência.

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Haddad respondeu que está havendo um "reposicionamento" político no país e várias pessoas perceberam que o impeachment não foi um boa coisa para o Brasil.

"Não podemos deixar de compreender essas pessoas. São brasileiros que querem a reconstrução do país. Não é uma questão de arrependidos, são reposicionamentos políticos", disse.

O ex-prefeito de São Paulo defendeu que em uma democracia é preciso tomar medidas para que o projeto do governo eleito tenha viabilidade e é preciso conversar com o Congresso Nacional existente.

"Se a gente quer o bem do povo brasileiro, temos que encontrar um caminho para viabilizar a aprovação de medidas que estamos propondo. Não existe política sem o Congresso Nacional. Precisa constituir uma maioria", afirmou. "Um dos grandes ensinamentos de Lula foi conviver com os diferentes, buscando apoio para seu projeto".

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Haddad não descartou nem mesmo um apoio de parte do MDB, partido que patrocinou o impeachment de Dilma e assumiu o governo com Michel Temer. O ex-prefeito de São Paulo lembrou que vários integrantes do partido romperam com Temer, outros já foram contrários ao impeachment, e fazem hoje campanha por Lula.

"Democracia é puxar gente para teu projeto", defendeu.

Haddad ressaltou, no entanto, que não se pode transferir toda a responsabilidade para a classe política e que o Congresso não está eleito, será eleito agora. "Quem escolhe o Congresso não é o presidente. O eleitor que não está satisfeito com essas pessoas que estão aí, vamos lutar para eleger outros, com mais contribuição a dar", disse.

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