O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira que não será candidato à reeleição, e que o decreto para intervir na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro não foi "jogada eleitoral".
"Eu não sou candidato", disse Temer em entrevista à Rádio Bandeirantes. "A minha intenção de hoje vai alongar-se pelo tempo todo. Eu não serei candidato".
Questionado sobre o possível impacto da intervenção na segurança do RJ na eleição deste ano, Temer garantiu que a decisão "não tem nada de eleitoral".
Desde que assumiu o governo, Temer tem afirmado que não disputará as eleições presidenciais de outubro, mas que o governo terá um candidato para defender o seu legado. Segundo o presidente, a decisão sobre quem será esse candidato será tomada no fim de maio ou início de junho.
Auxiliares próximos do presidente, no entanto, tem cogitado a hipótese de o próprio Temer ser candidato, apesar da baixa popularidade e das intenções de voto em torno de apenas 1% na pesquisas. O cálculo é que Temer passaria a ser viável como candidato se sua popularidade chegar a 15% e sua rejeição cair a 60%, dos atuais 70%, até abril.
Na terça-feira, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que não exclui a hipótese de o presidente ser candidato à reeleição para defender as reformas implantadas por seu governo, e também nesta semana o marqueteiro do governo, Elsinho Mouco, afirmou, em declarações publicadas em coluna do jornal O Globo, que "Temer já é candidato".
Mais tarde, em nota, o marqueteiro explicou que as declarações eram opiniões particulares, e que ele não tem alçada para "falar em nome do governo".
Na entrevista à Rádio Bandeirantes, Temer afirmou ainda que não será candidato a outro cargo para manter o foro privilegiado, uma vez que é alvo de denúncias de corrupção, afirmando não ter nenhuma preocupação com as acusações "pífias" contra ele.