Novo ministro da Educação defende reforma do ensino médio

Ex-governador do Ceará, Cid Gomes prometeu valorizar os professores e disse estar aberto ao diálogo com a categoria

2 jan 2015 - 16h16
(atualizado às 16h24)
O novo ministro da Educação, Cid Gomes, recebe o cargo em solenidade em Brasília
O novo ministro da Educação, Cid Gomes, recebe o cargo em solenidade em Brasília
Foto: Elza Fiúza / Agência Brasil

A reforma do ensino médio foi apontada pelo ministro da Educação, Cid Gomes, como um dos desafios a ser enfrentado na sua gestão à frente da pasta. Na cerimônia de transmissão de cargo, o ministro se dirigiu aos professores e afirmou que eles terão seu trabalho reconhecido e valorizado. Gomes disse ainda que vai trabalhar para atingir as metas do Plano Nacional de Educação.

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“No ensino médio temos um desafio especial, que é, além de ampliar o acesso, reformar o seu currículo, compreendendo as características regionais de cada estado e município brasileiro. Para que tenhamos êxito será necessário todo o apoio de professores e universidades”, disse o ex-governador do Ceará, que assumiu nesta sexta-feira a pasta que era comandada por Henrique Paim.

Ao se dirigir aos professores, Cid Gomes disse que estará aberto ao diálogo com a classe. “Gostaria de me dirigir a todos os professores brasileiros. Sou filho e irmão de professores. Minha experiência como prefeito e governador me ensinou ainda mais sobre a necessidade do corpo docente. Pretendo me reunir com seus representantes, vamos valorizar e reconhecer seu trabalho. Meu gabinete estará sempre aberto para receber conselhos, críticas e ajuda”, disse. Em entrevista a jornalistas, depois da cerimônia, ele acrescentou que pretende discutir formas de avaliação para os professores.

O novo ministro citou que tem por metas ampliar as vagas de ensino em tempo integral e o atendimento a crianças até 3 anos de idade nas creches, além de universalizar o acesso das crianças de até 5 anos à pré-escola. Melhorar a qualidade do ensino fundamental e continuar a expansão do ensino superior também foram citados por Gomes.

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Cid Gomes iniciou o discurso fazendo referência ao novo lema de governo, apresentado ontem pela presidenta Dilma Rousseff (PT), que é “Brasil: pátria educadora”. “A educação será a prioridade das prioridades, como nos disse a presidenta Dilma”, observou.

O ex-ministro Paim disse que, ao deixar o cargo, encerra também um ciclo de 11 anos no Ministério da Educação (MEC). Paim ainda fez um balanço de sua gestão e destacou como principal conquista a implantação da política de cotas. “A lei de cotas, considero a política mais importante que este governo fez. Conseguimos inverter a lógica de que só estudantes de escolas privadas conseguiam acessar as universidades públicas neste País”, disse.

Paim ainda citou a consolidação de avaliações feitas pelo MEC, o estabelecimento de um padrão sólido de relação com Estados e municípios e políticas de formação dos professores.

Cid Gomes terá um início de gestão movimentado. Na próxima semana, deverá divulgar o reajuste do piso nacional dos professores. O reajuste é determinado por lei, e o cálculo do percentual é feito por técnicos do ministério. Na segunda semana de janeiro será divulgado o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, em seguida, abertas as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

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Gomes é formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi eleito prefeito de Sobral em 1996 e em 2000. Em 2006, venceu no primeiro turno a eleição para governador do Estado e também coordenou a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para o segundo mandato presidencial. Em 2010, foi reconduzido ao cargo de governador.

Agência Brasil
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