Em agosto deste ano, foram registrados 30.901 focos de incêndio no bioma Amazônia, segundo dados divulgados neste domingo (01/09) pelo Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse é o maior número registrado para o mês desde 2010, quando houve 45.018 focos.
Os dados mostraram ainda que, em relação ao mesmo mês do ano passado, os focos de incêndio triplicaram. Em agosto de 2018, foram registrados 10.421 incêndios. Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados ao todo 46.825 focos de incêndio na Amazônia. Esse número é mais do que o dobro observado no mesmo período do ano passado, 22.165.
O recorde de queimadas para agosto da série histórica, que se iniciou em 1998, porém, foi registrado em 2005, quando houve 63.764 incêndios. A média histórica para o mês é de 25.853.
Segundo o jornal O Globo, a tendência é de aumento dos incêndios em setembro. Os dados mostram que nos últimos 15 anos, os focos de queimada em setembro ultrapassaram os de agosto, com exceção de 2010.
Já em toda a região da Amazônia Legal, que compreende os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima e parte do Maranhão, foram registrados 39.177 focos de incêndio em agosto, 161% a mais do que no mesmo período do ano.
Em todo o território nacional, o número de incêndio em agosto foi de 51.936, um aumento de 128% em relação ao mesmo mês de 2018, quando foram observados 22.774.
Em resposta aos incêndios na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um decreto proibindo queimadas em todo o Brasil, por 60 dias. Um dia depois, porém, Bolsonaro voltou atrás e autorizou a prática em regiões que estão fora da Amazônia Legal.
Devido ao desmatamento e às queimadas na região, Bolsonaro se tornou alvo de pesadas críticas de políticos europeus, que ameaçaram suspender o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Alguns políticos alemães chegaram a pedir sanções ao Brasil em razão da maneira como o governo Bolsonaro lida com o meio ambiente.
Bolsonaro se envolveu numa prologada troca de farpas com o presidente da França, Emmanuel Macron, que o acusou de mentir sobre suas políticas ambientais durante o encontro do G20 em junho, no Japão, onde foi concluído o pacto comercial entre o bloco dos países sul-americanos e a UE.