O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta sexta-feira (25/10), pouco antes de sair da China em direção a Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) que nunca gostou de política e que pode se tornar um presidente sem partido, referindo-se às disputas políticas em sua agremiação, o PSL.
"Tudo pode acontecer. Eu nunca fui muito afeto a política, acredite se quiser. Em 28 anos na Câmara, nunca fui de uma comissão", disse o presidente a jornalistas."Eu posso ser presidente sem partido", continuou.
Questionado como seria governar sem uma sigla, Bolsonaro disse que "tanto faz".
"Tanto faz eu estar com partido ou sem partido. Dos 50 parlamentares do PSL, tem uns 30 que estão fechadíssimos conosco", afirmou. "Tem uma meia dúzia que foi para o radicalismo."
Bolsonaro disse ainda que "senador, prefeito, governador podem mudar de partido que não tem problema".
Joice Hasselmann
Bolsonaro fez menções indiretas à deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que foi líder de seu governo no Congresso e hoje está no centro dos confrontos no PSL, junto ao presidente da sigla, Luciano Bivar.
De outro lado, estão os filhos e aliados mais próximos do presidente.
"Tem alguns ali que botaram na cabeça 'vou ser prefeita, vou ser isso, aquilo', atropelaram tudo", disse o presidente sem citar o nome da parlamentar.
Hasselmann anunciou sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo, o que irritou o presidente, que afirma que candidaturas anunciadas com tanta antecedência dão munição a opositores.
Bolsonaro disse ainda que pretende investir pesado em expandir sua rede de apoiadores em prefeituras pelo país.
"Pretendo ter uns 30, 40 candidatos (em cidades grandes) pelo Brasil."