Oposição quer ouvir citados por Yousseff e Costa do PT e PP

14 out 2014 - 22h13

Os parlamentares de oposição querem ouvir o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, na comissão parlamentar mista de inquérito que investiga denúncias de corrupção na companhia. Em depoimento à Justiça, Vaccari e Duque foram citados por Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa como responsáveis por receber propina para o PT e o PP, respectivamente, nos contratos firmados por empreiteiras com a Petrobras.

<p>Yousseff e Costa, respectivamente, afirmaram que João Vaccari e Renato Duque recebiam propina no esquema</p>
Yousseff e Costa, respectivamente, afirmaram que João Vaccari e Renato Duque recebiam propina no esquema
Foto: Reprodução

Por isso, os líderes dos partidos oposicionistas da Câmara se reuniram na terça-feira com o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para requerer a reunião administrativa extraordinária e a votação dos requerimentos dos dois citados. “Há um escândalo com os últimos depoimentos”, disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (SP). “São pessoas envolvidas no recebimento de propina e na entrega desses valores. Quando perguntam a ele (Paulo Roberto Costa) se esse dinheiro foi parar na campanha de 2010, ele responde que, com certeza, o dinheiro foi para as eleições de 2010. Cofres de campanha, caixa dois, partidos, candidatos. Temos tudo isso para ser esclarecido”, completou.

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A oposição também quer investigar a possibilidade do esquema de corrupção detalhado por Costa e Yousseff ter chegado a ministérios, autarquias e outras empresas estatais. Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), os envolvidos viram na Petrobras uma grande fonte de recursos, mas podem ter implementado o sistema em várias áreas. “Por exemplo, os setores elétrico, de mineração e estradas. O próprio ex-diretor da Petrobras sinalizou para a extensão desse cartel”, salientou.

Além disso, os líderes querem aprovar a quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal das empresas citadas nos depoimentos como pagadoras de propinas, em troca de contratos com a Petrobras. “Estamos cobrando a reunião administrativa para aprovar os requerimentos dessas empresas. Vamos quebrar os sigilos bancário e fiscal. Se não tiver nada, vamos dizer que não tem nada”, ressaltou Bueno.

As lideranças queiram a reunião para esta quarta-feira. Entretanto, Vital do Rego informou que a convocação tem de ocorrer com 24 horas de antecedência e há necessidade de presença de, pelo menos, 17 membros. O senador está ligando para saber quem pode participar e, em caso positivo, marcar a reunião para a próxima quinta-feira. “Recebi de líderes da oposição a solicitação de uma audiência extraordinária. O que estou fazendo é consultar os líderes para, dentro dessa possibilidade, fazer ou não”, explicou Vital.

A próxima reunião ordinária está marcada para o dia 22, quando será ouvido o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza. Se não conseguir a extraordinária para esta semana, adiantou que os requerimentos poderão ser apreciados nesta oportunidade.

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Vital do Rêgo entra nesta quarta-feira com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo que o pleno do STF aprecie a solicitação de acesso aos depoimentos de Youssef e Costa em delação premiada. As afirmações de que Duque recebia propina para o PP e Vaccari para o PT foram feitas fora da delação premiada. Por isso, não estão em segredo de Justiça. Os parlamentares acreditam que, nos depoimentos sob sigilo, eles tenham citado nomes e dado mais detalhes que podem ajudar nas investigações.

A oposição propõe uma “moção de apreço” à Justiça. O objetivo é defender o juiz Sergio Moro, que colheu os depoimentos que não estavam sob sigilo. Os oposicionistas dizem que Moro sofre retaliações por ter permitido que à imprensa acesso aos depoimentos.

Agência Brasil
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