A Polícia Federal não conseguiu apreender documentos nos endereços das empresas de Pablo Marçal - ex-candidato à Presidência pelo PROS em 2022 - na manhã desta quarta-feira, 5. Ao comparecer a endereço de Barueri nesta quarta-feira, 5, para cumprir mandados de busca e apreensão contra companhias ligadas ao coach, os investigadores encontraram somente uma sala de jogos e uma editora de livros. Eles foram até o local em busca de provas para investigação sobre caixa 2 eleitoral e lavagem de dinheiro. Acabaram encontrando uma mesa de sinuca e outra de ping pong, mas não as sedes das empresas controladas por Marçal.
Por ordem do juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, a PF foi às ruas nesta quarta, 5, para vasculhar endereços ligados a Marçal em uma apuração sobre doações milionárias feiras pelo empresário a sua campanha, com 'boa parte' dos valores remetida às próprias companhias por ele controladas. A corporação cumpriu, ao todo, sete mandados de busca e apreensão em Barueri e em Santana de Parnaíba.
Na lista de alvos da PF constavam três empresas localizadas no mesmo prédio, mas em salas diferentes: a Aviation Participações, a Marçal Participações e a Marçal Holding e Ltda. A corporação investiga o uso de tais empresas para o cometimento de supostos crimes de caixa dois e lavagem de dinheiro.
Segundo os investigadores, as três companhias são controladas por Pablo Marçal. A primeira teria também como sócio Marcos Paulo de Oliveira, que também foi alvo de busca e apreensão nesta quarta. Já a Marçal Participações teria em seu quadro societário, além de Marçal, sua mulher Ana Carolina.
No entanto, os investigadores não conseguiram apreender nada das empresas de Marçal. Em relatório, a PF narra que vistoriou todos os cômodos do prédio listado como sede das companhias, 'não sendo encontrada correspondência exata das empresas e seus respectivos endereços constantes nos mandados': "não se arrecadou quaisquer objetos de interesse à investigação".
No documento, a PF juntou fotos das salas que sediariam as empresas de Marçal. Naquela que seria da Marçal Participações há na verdade uma sala de jogos, com uma mesa de sinuca e outra de ping pong.
Já a sala da Aviation Participações não existia. Os investigadores então fotografaram uma sala de mesmo número, no primeiro andar do prédio, mas que também não era da empresa citada. Segundo a preposta do local, o ambiente seria do 'jurídico' da Marçal Holding. De outro lado, ao bater à porta da sala listada como base da Marçal Holding, a PF se deparou com uma editora de livros.
COM A PALAVRA, PABLO MARÇAL
A reportagem busca contato com o coach. O espaço está aberto para manifestações.
No Youtube, Marçal fez uma transmissão ao vivo alegando que 'todos que apoiaram [Jair] Bolsonaro estão em uma lista para serem inelegíveis, destituídos de seus cargos'.
"O Brasil está virando uma máquina de punir gente inocente e vitrine de pegar vilão e colocar em pedestal. Não estou ofendido, continuo parabenizando a PF. Vários (agentes) olharam nos meus olhos não acreditavam que estavam cumprindo mandato dentro da minha casa. E ai as pessoas: 'Marçal nos perdoe, a gente não sabe o que é isso aqui, a gente só tem que vir aqui e cumprir'", afirma.
O ex-candidato à Presidência diz que os investigadores levaram seu celular e notebook: "Estou me declarando um perseguido político."
"Eu estou animado com a perseguição, porque perseguição aumenta a conexão com aqueles que foram chamados. Aumenta sua prosperidade, faz com que você fique mais forte. Eu quero é que o peso da lei recaia sobre mim, mas recaia sobre todos. Estão fazendo um regaço com a minha vida e estou animado", disse.