Parentes de epilépticos festejam uso de derivado da maconha

Filha de Katiele sofre de um tipo grave de epilepsia e tem diversas crises convulsivas quando não usa o canabidiol

14 jan 2015 - 14h56
(atualizado às 14h56)
<p>Por causa da vinculação com a maconha, a liberação do canabidiol enfrentou problemas</p>
Por causa da vinculação com a maconha, a liberação do canabidiol enfrentou problemas
Foto: Maj. Will Cox/ Georgia Army National Guard

Parentes de pacientes que usam o canabidiol no tratamento de doenças graves como a epilepsia comemoraram hoje (14) a reclassificação do produto, que deixou de ser uma substância proibida e agora é substância de uso controlado. A decisão foi tomada há pouco, por unanimidade, pelos membros da diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Katiele Bortoli, mãe de Anny Fisher, avaliou que a reclassificação representa esperança de qualidade de vida. A filha de Katiele sofre de um tipo grave de epilepsia e tem diversas crises convulsivas quando não usa o canabidiol.

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"Vocês não têm ideia do que se passa no coração de alguém que está desesperançoso. Essa reclassificação dá esperança, dá alívio, dá a sensação de que existe uma luz", disse Katiele. "Não estou dizendo que é a cura para nenhuma síndrome, mas é a esperança para qualidade de vida", acrescentou.

Norberto Fisher, pai de Anny, acredita que não há mais espaço para dúvidas relacionadas à eficácia do canabidiol no tratamento da epilepsia e de outro tipo de enfermidade grave. Para ele, a reclassificação da substância foi consequência do apelo social e não representa nenhum tipo de decisão política. "Demonstra que o Brasil atingiu maturidade para debater e discutir a reclassificação do uso medicinal da cannabis".

Júlio Américo Neto, pai de Lorenzo, lembrou que por causa da vinculação com a maconha, a liberação do canabidiol enfrentou problemas. O filho de Júlio sofre de epilepsia refratária e também utiliza a substância para conter as crises convulsivas.

"A reclassificação é um passo importante. A Anvisa está dando uma contribuição histórica para aliviar o sofrimento de milhares de pacientes com enfermidades tratáveis com a cannabis", disse Júlio. Ele ressaltou que a reclassificação abre caminho para o avanço das pesquisas.

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Agência Brasil
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