O Partido Trabalhista da Inglaterra pediu uma investigação urgente sobre o uso dos poderes antiterror para deter David Miranda, companheiro do jornalista Gleen Greenwald, autor de uma série de reportagens sobre um esquema de espionagem eletrônica realizado pelo governo americano. Segundo o periódico The Guardian, para o qual Greenwald trabalha, a secretária do partido, Yvette Cooper, cobrou uma revisão da lei antiterrorismo. Miranda ficou detido durante nove horas no aeroporto de Heathrow.
"A prisão causou consternação considerável e o Ministério do Interior deve explicar como isso pode ser justificado", disse Yvette Cooper. Todo material eletrônico que Miranda carregava - celular, laptop, câmera, cartões de memória, DVDs e consoles de videogames -, foi confiscado pela segurança do aeroporto. Conforme Yvette, a Cláusula 7 da lei pode ser prejudicada se houver a percepção de que não está sendo usada da maneira correta.
"Qualquer suspeitas de que (a lei) está sendo mal utilizada deve ser investigada e esclarecida com urgência. O apoio da opinião pública para esses poderes não deve ser ameaçado por uma percepção de uso indevido", ressaltou ela.
Em entrevista ao programa Today, da Rádio 4 da BBC, Keith Vaz, presidente do Comitê de Assuntos Internos do Parlamento britânico, disse que vai pedir que a polícia justifique "o uso da lei antiterrorismo para enquadrar pessoas que não parecem estar envolvidas em ações deste tipo".
"O que é extraordinário é que eles sabiam que se tratava do parceiro de Greenwald e, portanto, fica claro que não somente as pessoas envolvidas estão sendo visadas, como também pessoas ligadas aos envolvidos", disse.