Partidos da base que apoiarem Ciro Gomes devem deixar o governo, diz Marun

13 jul 2018 - 11h16
(atualizado às 12h16)

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta sextas-feira que os partidos da base que decidirem apoiar o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, devem deixar o governo.

Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, durante entrevista coletiva em Brasília
29/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, durante entrevista coletiva em Brasília 29/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

"É difícil alguém que tem ministros no governo dizer que o melhor é Ciro Gomes", disse em café da manhã com jornalistas. "Não estou dizendo que quem não apoia o Meirelles deixa o governo, mas tem que ter limite", acrescentou, citando o pré-candidato do MDB à Presidência, ex-ministro Henrique Meirelles.

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O governo tem procurado líderes dos partidos da base que vem conversando com Ciro Gomes, especialmente DEM e PP, para avisar que apoiar o pedetista --que já chamou o presidente Michel Temer de "quadrilheiro" e que espera vê-lo preso-- e permanecer no governo são coisas incompatíveis.

Marun chamou de hipocrisia o fato de Ciro ter convidado para conversar partidos que estão ainda hoje no governo.

"Naquela ideia do ganhar de qualquer jeito para depois ver o que vai fazer. Se ele busca partidos que não tem nada a ver com suas propostas, é a volta daquela política oportunista, pragmática, negocial, que ele diz que não defende", atacou Marun.

A mesma visão, no entanto, não vale para outros candidatos, como o tucano Geraldo Alckmin que, segundo ele, apesar de são ser o candidato do governo e por vezes "não ter se posicionado claramente em algumas questões", não critica as linha do governo.

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"Nós entendemos que essas partidos deveriam todos se aglutinar em torno de candidatos que pelo menos não subam no palanque para dizer que é errado o que nós fizemos", defendeu.

Marun disse ainda que "não tem cabimento" imaginar um palanque com Ciro Gomes e representantes dos partidos da base com o candidato falando mal, por exemplo, da reforma trabalhista.

"Eu torço para que não tenha sido em vão tudo que aconteceu no Brasil, que as pessoas analisem a coerência do candidato, que político que não é biruta de aeroporto. E dentro dessa nova política não cabe apoiar partidos que estiveram completamente contrário ao impeachment, à reforma trabalhista, ao estabelecimento de um teto de gastos... não cabe."

LOTERIAS

Durante o café da manhã com jornalistas, o ministro também informou que o governo decidiu revogar a medida provisória que retirou recursos das loterias de esporte e cultura para repassar ao novo Ministério da Segurança Pública.

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Segundo Marun, o governo irá enviar uma nova MP mantendo os recursos das duas áreas, mas também contemplando a pasta da Segurança.

"A revogação da 841 é uma decisão já tomada. Estamos voltando à situação anterior à 841 e, com base nela, estabelecemos as decisões a serem tomadas", disse o ministro.

Uma das alternativas é revogar o aumento do prêmio de todas as loterias --previsto na MP inicial-- e deixar apenas para a loteria esportiva e para a raspadinha, duas modalidades que costumam atrair menos interessados.

O governo editou em 12 de junho a MP que diminuía os repasses dos recursos arrecadados pelas loterias para Cultura e Esporte e incluía a Segurança como destino. Na época, a alegação era de que os ministérios afetados não sentiriam falta do dinheiro, já que o orçamento estava contingenciado.

A reclamação das áreas, no entanto, fez o governo voltar atrás. O modelo final deve ser decidido nesta sexta.

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