A Polícia Civil já ouviu o depoimento de 130 passageiros dos trens que colidiram na noite de segunda-feira em Mesquita, na Baixada Fluminense. Segundo o delegado responsável pelo caso, Matheus de Almeida, as vítimas relataram que os trens apresentavam problemas antes de chegar à Estação Juscelino, onde houve a colisão.
Os depoimentos dos passageiros contradizem o maquinista da composição, Carlos Henrique da Silva França, atingida na parte traseira.
“O maquinista falou que o trajeto da Central até a Estação Juscelino transcorreu em aparente normalidade. As vítimas relataram alguns problemas no trajeto: foi uma viagem um pouco mais demorada, com algumas paradas maiores nas estações e algumas entre as estações”, disse o delegado.
De acordo com Almeida, o maquinista ouvido na terça-feira, deverá prestar depoimento novamente por causa das divergências entre ele e os passageiros. Já o maquinista da composição que se chocou contra o trem parado na estação e o coordenador do centro de operações da Supervia (empresa que administra os trens) devem prestar depoimento ainda hoje.
“O depoimento deles é fundamental para a gente ver se houve falha humana, falha de sinalização ou de comunicação entre o maquinista e o coordenador do centro”, acrescentou o delegado.
Além dos dois, mais de 40 passageiros estão na delegacia para ajudar nas investigações. É o caso da doméstica Ana Claudia Leite, que machucou o braço no acidente.
“No hospital mesmo fui orientada a prestar depoimento. Ontem, já em casa, meu marido falou para eu vir, até porque eles precisam saber o que aconteceu”, disse a vítima.
Segundo Almeida, o inquérito apura lesão corporal e também depende das perícias que foram feitas nos trens e no local do acidente.