O Brasil possui atualmente mais de 300 milhões de doses de vacinas contra covid-19 garantidas por meio de diferentes acordos, que aguardam apenas o aval da Anvisa para serem usadas na população, disse nesta terça-feira o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que ignorou a CoronaVac em sua contas.
Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Pazuello detalhou os acordos que o país fechou até o momento para receber e produzir no país o imunizantes da AstraZeneca, assim como o acordo fechado com a aliança global de vacinação Covax Facility e ainda a provável contratação --que está na fase de memorando de entendimento - com a farmacêutica Pfizer.
Nesse último acerto, o ministro disse que o memorando assinado prevê 70 milhões de doses da vacina da Pfizer para começar o recebimento a partir de janeiro de 2021.
Na fala, Pazuello disse que qualquer vacina que tiver comprovada sua eficácia e segurança, assim como registro da Anvisa, vai ser comprada pelo governo federal. "Não abrimos mão disso", destacou.
Contudo, em nenhum momento o ministro mencionou nominalmente a CoronaVac, imunizante da chinesa Sinovac que está sendo testado e produzido no país pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. Doria e o presidente Jair Bolsonaro têm tido um embate em relação ao protagonismo sobre a vacinação no país.
Em um recado indireto ao governador de São Paulo, João Doria, que anunciou na véspera o início da vacinação com a CoronaVac no Estado em 25 de janeiro, o titular da Saúde também destacou que o país é uma só nação.
"Não podemos dividir o Brasil num momento em que todos nós passamos essas dificuldades", afirmou.
Bolsonaro já vetou publicamente um acordo do governo federal para uso da CoronaVac.
Em reunião mais cedo com governadores, em que se discutiu um plano nacional de vacinação, Pazuello comprometeu-se em comprar todas vacinas que forem aprovadas pela Anvisa e, quanto ao imunizante chinês, disse também que vai adquiri-la se tiver demanda.