Petição pede perdão a brasileiro no corredor da morte

A execução, marcada para o próximo sábado, gerou mobilização de brasileiros nas redes sociais

15 jan 2015 - 14h07
(atualizado em 16/1/2015 às 10h44)
<p>Guarda da polícia da Indonésia acompanha o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira durante uma coletiva de imprensa em Jacarta, em 20 de agosto de 2003</p>
Guarda da polícia da Indonésia acompanha o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira durante uma coletiva de imprensa em Jacarta, em 20 de agosto de 2003
Foto: Bay Ismoyo / AFP

O anúncio da execução de um brasileiro na Indonésia no próximo sábado gerou mobilização nas redes sociais e aumentou o pedido de clemência ao presidente daquele país. Preso desde 2003 e condenado no ano seguinte por porte de drogas, Marco Archer Cardoso Moreira, o Curumim, 53 anos, enfrenta desde então o corredor da morte. Após mais de 10 anos, a Justiça da Indonésia definiu a data da execução e continua a negar a liberdade de Curumim.

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Tentando evitar o fuzilamento, uma petição online criada em 2012 pede perdão para o brasileiro. Segundo os amigos, ele se envolveu com tráfico de drogas após se acidentar em Cingapura e contrair uma enorme dívida por internação. "Marco foi um esportista a vida inteira, campeão sul americano de voo livre, que errou ao tentar entrar com cocaína na Indonésia, em 2003, foi preso e condenado à morte no ano seguinte. Na ocasião, estava sendo pressionado a pagar uma dívida com um hospital em Cingapura, no qual havia ficado internado em 1997, por conta de um acidente que quase o matou. Réu primário, ele está arrependido do que fez e pede para não ser executada", diz a petição, assinada por mais de 2 mil pessoas.

Foto: Reprodução

A autora do documento, Ana Fellows, pede ainda que brasileiros façam o pedido de clemência junto ao presidente da Indonésia e à embaixada da Indonésia no Brasil, via Facebook.

De acordo com Fellows, a petição foi entregue ao ex-presidente da Indonésia,

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Susilo Bambang Yudhoyono em 2012, quando este participou da Rio+20. Ela explica que o ministro da Justiça havia informado que não haveria mais execuções, mas com a mudança do presidente, os processos foram desengavetados, e em 30 de dezembro as execuções foram anunciadas. O documento ainda pode ser assinado pela internet.

Além de Curumim, o brasileiro Rodrigo Muxfeld também foi condenado à morte pelo mesmo crime no país após ser preso em 2014. Uma comunidade para a libertação da dupla já conta quase 300 participantes no Facebook.

Petição para a libertação do brasileiro

Página do presidente da Indonésia no Facebook

Página da embaixada da Indonésia no Facebook

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O governo da Indonésia, liderado pelo presidente linha-dura, Joko Widodo, negou pedido de clemência feito pelas autoridades brasileiras. Segundo a agência Ansa, somente um pedido direto da presidente Dilma Rousseff a Widodo poderia contornar a situação. No entanto, a Indonésia não estaria respondendo as tentativas de contato feitas pelo Brasil.

Em nota, o Itamaraty disse que "o governo brasileiro continua mobilizado, acompanhando estreitamente o caso e avalia todas as possibilidades de ação ainda abertas". O ministério também afirmou que, "de modo a presevar sua capacidade de atuação, o governo brasileiro manterá reserva sobre as decisões tomadas".

Em janeiro do ano passado, o francês Michael Blanc obteve liberdade condicional após 14 anos preso na Indonéscia por traficar 3,8 quilos de haxixe. Ao contrário dos brasileiros, Blanc havia sido condenado à prisão perpétua. Sua mãe, Hélène Le Touzey se mudou para o país e travou uma longa batalha judicial até conseguir a liberdade do filho.

Caso seja realmente executado, Moreira será o primeiro brasileiro executado no exterior. O fuzilamento foi agendado para ocorrer na noite do próximo sábado.

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Fonte: Terra
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