O grupo belga Astra, de quem a Petrobras comprou metade da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, por US$ 360 milhões, tentou recomprar 50% da refinaria, em 2007. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a publicação, a afirmação foi feita por executivos do grupo à Associação Americana de Arbitragem. O então presidente do Conselho de Administração da Astra Transcor, Gilles Samyn, afirmou que conversou por telefone com o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em agosto de 2007, quando ofereceu comprar de volta a participação de 50% da Petrobras.
Em setembro de 2007, Samyn reuniu-se com Gabrielli e o então diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, na Dinamarca. Segundo o depoimento, no final de setembro, a Petrobras enviou proposta de US$ 550 milhões pelo restante de Pasadena, valor considerado baixo por Samyn, que afirmou que a Astra esperava receber US$ 1 bilhão.
Em novembro de 2007, Cerveró afirmou ter autorização do Conselho de Administração da Petrobras para oferecer até US$ 700 milhões pela refinaria. Em dezembro, Cerveró assinou uma carta em que concordava em pagar US$ 700 milhões e mais US$ 88 milhões pela "trading".
Gabrielli afirmou ao jornal que a refinaria "atendia ao planejamento estratégico da companhia, definido no governo de Fernando Henrique, que previa investir em refino no exterior". A Petrobras informou que só se pronuncia depois de concluída a investigação interna. A Astra não comentou o caso.